Governo Lula nomeia 121 novos militares para o GSI em meio a crise de confiança

Novas indicações acontecem após série de dispensas que se seguiram aos ataques golpistas de 8 de janeiro

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Brasília

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou nesta segunda-feira (30) 121 militares para o Gabinete de Segurança Institucional, revertendo a série de dispensas no órgão que se seguiram aos atos golpistas de 8 de janeiro

Ou seja, na prática, o governo Lula indica que vai realizar uma substituição dos militares que atuaram no GSI durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e não propriamente uma desmilitarização do órgão, como chegou a ser cogitado.

Além dessas trocas, houve a nomeação de um tenente da Aeronáutica para a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do presidente da República, em seu gabinete pessoal. E outros dois militares foram dispensados dessa mesma secretaria.

Destruição de militantes bolsonaristas em Brasília
Palácio do Planalto foi vandalizado por apoiadores de Bolsonaro, que enfrentaram pouca resistência das forças de segurança - Gabriela Biló/Folhapress

As designações dos 122 militares foram publicadas nesta segunda-feira (30) no Diário Oficial da União.

O governo Lula havia iniciado uma série de dispensas de militares que atuavam dentro do Palácio do Planalto, incluindo a presidência, a vice-presidência e o próprio GSI.

Essas ações foram intensificadas após a manifestação golpista, na qual os apoiadores de Jair Bolsonaro avançaram contra as forças de segurança e invadiram e vandalizaram o Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Em apenas uma semana, foram 84 militares dispensados de seus cargos no Planalto, a maior parte no GSI. Lula também trocou o número 2 do órgão. Foi exonerado do cargo o general bolsonarista Carlos José Russo Assumpção Penteado, que era considerado homem de confiança do ex-chefe do GSI no governo Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno.

Em seu lugar, assumiu a secretaria-executiva do GSI o general Ricardo José Nigri, que já foi oficial de gabinete do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.

Os novos nomeados para o GSI irão todos atuar na segurança de Lula, mais especificamente na Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do órgão. Serão nove militares que atuaram como supervisores, 28 como assistentes, 23 como secretários e 57 como especialistas.

O GSI e o seu chefe, o general Gonçalves Dias, tornaram-se alvo de crítica de aliados por causa da facilidade com que os militares golpistas entraram e vandalizaram o Palácio do Planalto. O ministro da Defesa, José Múcio, também foi criticado por petistas. A sequência de desconfianças envolvendo os militares levaram à queda do comandante do Exército, general Júlio César Arruda.

As desconfianças com o GSI, órgão que se tornou muito atrelado ao presidente na gestão Bolsonaro, vinha desde a época da atuação do gabinete de transição. Na ocasião, ficou decidido que a segurança pessoal de Lula passaria do órgão para a Polícia Federal.

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