Descrição de chapéu Governo Tarcísio Folhajus

Procuradoria Eleitoral quer multar Tarcísio por uso de policial federal em tiroteio em Paraisópolis

Ministério Público argumenta que arma e distintivo foram usados a favor do então candidato; assessoria diz que policial estava de folga e que responderá ação no prazo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo pede que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) seja multado sob acusação de que o policial federal Danilo César Campetti atuou em sua campanha eleitoral, o que é proibido. A ação será julgada pelo Tribunal Regional Eleitoral.

Como mostrou a Folha, Campetti acompanhava Tarcísio e integrava sua equipe de segurança no dia 17 de outubro, quando um tiroteio em Paraisópolis interrompeu a campanha do então candidato.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) busca abrigo após tiroteio em Paraisópólis - Reprodução/GloboNews

Segundo o Ministério Público Eleitoral, há prova de que Campetti empregou seus instrumentos de trabalho (arma e distintivo) em benefício de Tarcísio, o que é proibido. A lei eleitoral, buscando equilíbrio entre os candidatos, veda que agentes, serviços e recursos públicos sejam utilizados para beneficiar algum postulante.

"A ação demonstra que a chapa fez uso de bens móveis públicos e de serviços prestados pelo servidor público Danilo César Campetti, em ato de campanha em 17 de outubro de 2022. O servidor utilizou indevidamente sua arma e distintivo oficial na ocasião, bens móveis pertencentes ao órgão público ao qual está vinculado (Polícia Federal)", afirma a assessoria da procuradoria em nota.

Em nota, a assessoria do Governo de São Paulo afirmou que Campetti estava de folga no dia 17 de outubro.

"Campetti inclusive já respondeu a processo similar estabelecido pela Corregedoria da Polícia Federal, tendo sido a ação arquivada após apresentação da sua escala de trabalho. Os questionamentos colocados na ação serão respondidos dentro do prazo previsto em lei", afirmou a assessoria a respeito da representação da procuradoria.

O próprio Ministério Público afirma na ação que a participação de Campetti na campanha não é um fato relevante o suficiente para provocar uma diferença de votos a favor de Tarcísio e, por isso, não cabe pedir a cassação de seu diploma de eleito, apenas aplicar uma multa.

No último dia 26 de dezembro, uma portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública cedeu o policial federal para atuar na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, comandada pelo bolsonarista Guilherme Derrite (PL).

Tarcísio e a sua equipe visitavam um projeto social que inaugurou um polo universitário. Não houve feridos entre os integrantes da comitiva. Um homem de 38 anos morreu no tiroteio –segundo a polícia, ele tinha registro sob suspeita de roubo.

Imagens do ocorrido mostram Campetti, o agente bolsonarista, com arma em punho durante a saída de pessoas do prédio onde Tarcísio estava. Ele foi candidato a deputado estadual pelo Republicanos e ficou com uma vaga de suplente —segundo a assessoria de Tarcísio declarou na época, ele estava de folga e acompanhava as agendas por ter relação pessoal com o candidato.

Um áudio obtido pela Folha aponta que um integrante da campanha de Tarcísio mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.