Bolsonaro defende Salles em SP e descarta Michelle à Presidência: 'Não tem vivência'

Ex-presidente indica que prefere Ricardo Salles como candidato a prefeito de SP, não Eduardo Bolsonaro

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Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que sua mulher, Michelle Bolsonaro, não tem a vivência política necessária para ser candidata à Presidência da República ou para outro cargo no Executivo. Bolsonaro afirmou que a ex-primeira-dama tem que ter "algo mais".

"Com todo o respeito, a senhora Michelle não tem essa vivência [política] para aguentar uma batida dessas", afirmou o ex-presidente, em entrevista à rádio Jovem Pan.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro durante cerimônia em que assumiu o cargo de presidente do PL Mulher - Gabriela Biló - 21 mar. 2023/Folhapress

Bolsonaro desembarcou em Brasília na manhã desta quinta-feira (30) após uma temporada de 89 dias nos Estados Unidos. Do aeroporto, ele seguiu direto para a sede do PL onde encontrou correligionários e cumprimentou apoiadores.

Durante a entrevista, o ex-mandatário foi questionado se Michelle poderia ser candidata à Presidência. Inicialmente, Bolsonaro disse que a sua mulher já havia declinado qualquer hipótese relativa a se candidatar para cargos no Executivo. E acrescentou que ela não "tem vivência" e que lhe "falta algo".

"Alguém lançou o nome dela. Ela já falou que não quer saber de cargo no Executivo, está fora disso, até porque não tem a vivência. Até para você ser prefeito não é fácil. Eu vejo alguns prefeitos que, quando terminam o mandato, apesar de ter feito um bom trabalho, se arrependem dado ao número de processos que respondem por improbidade administrativa", afirmou.

"Então não é fácil isso. Ela é uma pessoa que não tem essa vivência política. Todo mundo pode disputar um cargo eletivo, desde que tenha idade, etc, mas tem que ter algo mais. Eu tive dificuldades em ser presidente mesmo com 28 anos como deputado federal. Tinha coisa que eu só descobri quando cheguei lá", completou.

O ex-mandatário então citou que o casal tem uma filha de 12 anos, que estuda em Brasília e que a "preocupação dela [Michelle] é isso aí, é colaborar". Bolsonaro, na sequência, passou a elogiar a sua mulher, em particular o seu trabalho com pessoas com deficiência.

Poucas horas depois das declarações de Bolsonaro, Michelle criticou o fato de que as mulheres ainda são minoria nos cargos decisórios, mas disse que essa situação vai mudar.

Ela participou da cerimônia de posse da deputada Bia Kicis (PL-DF) na presidência do PL do Distrito Federal.

"Somos poucas nos cargos de comando, sendo assim, vamos expandir com os nossos exemplos de coragem para que mais mulheres venham para a vida partidária, para que ingressem no PL, que como diz o nosso Presidente Valdemar Costa Neto, o PL é o partido das mulheres, e por isso, juntas, vamos trabalhar para incentivar a participação efetiva feminina no eleitorado brasileiro e, unidas, fazermos a diferença em nosso país", afirmou a ex-primeira-dama.

"Nós mulheres somos a maioria da população, mas a minoria nos cargos de poder e decisão", completou.

Eleições 2024

Na mesma entrevista, o ex-presidente foi questionado diretamente se preferia o ex-ministro Ricardo Salles ou o seu filho, o deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como candidato a prefeito de São Paulo em 2024.

Bolsonaro então disse que não descartava seu filho na disputa, mas que Salles era mais preparado para enfrentar os problemas paulistanos.

As eleições municipais serão disputadas em 2024. Vários bolsonaristas disputam nos bastidores quem será o candidato do grupo político para enfrentar o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Além dele, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) também deve ser candidato.

"Eu vejo que Ricardo Salles é mais experiente, mais vivido para isso. É o terceiro maior orçamento do Brasil, é uma cidade grande, com seus problemas e o Ricardo Salles conhece muito mais do que o Eduardo. Não estou descartando o Eduardo, não. Mas acredito que o Eduardo tem que pagar um ... tem que ficar mais um tempo no legislativo, para disputar um cargo no Executivo.

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