Descrição de chapéu Governo Lula

Futuro do GSI será definido após viagem de Lula, diz interino

Ricardo Cappelli afirma que papel do órgão é mais importante do que perfil civil ou militar de futuro ministro

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Brasília

O ministro interino do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Ricardo Cappelli, afirmou nesta quinta-feira (20) que o futuro do órgão, em particular se será comandado por civil ou militar, será definido após o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai realizar viagem oficial à Europa.

"Não existe isso no momento. A gente está levantando as informações e vamos apresentar uma avaliação no retorno da viagem do presidente. Mais importante do que civil, militar, são as definições, atribuições, o papel institucional. A gente tem feito essa discussão e tem total sintonia tanto com civis quanto com o comando do Exército", afirmou.

O ministro interino do GSI Ricardo Cappelli - Gabriela Biló-10 jan.23/Folhapress

Cappelli assumiu o posto devido à demissão do general Gonçalves Dias, que deixou o cargo após a revelação de imagens que mostram que ele estava no Palácio do Planalto enquanto invasores depredavam o local um andar abaixo.

As imagens reveladas pela CNN Brasil mostram que os vândalos receberam água dos militares e cumprimentaram agentes do GSI durante os ataques.

Dias foi segurança de Lula nos dois primeiros mandatos petistas no Executivo. Na época, aproximou-se e ganhou confiança do mandatário, o que lhe rendeu a indicação para ser ministro do GSI em 2023.

Cappelli foi nomeado e assumiu interinamente o GSI. Ele atuou como interventor na Segurança Pública do Distrito Federal logo após o ato golpista de 8 de janeiro.

O ministro interino participou de uma reunião na manhã desta quinta no Ministério da Defesa, com o ministro José Múcio e com o comandante do Exército, Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

O ministro interino do GSI afirmou na saída do encontro que o órgão vai levantar informações sobre servidores que estavam no Planalto durante a invasão e que interagiram com os vândalos. No entanto, descartou mais exonerações imediatas no órgão.

"Nesse momento ainda não. Começamos a levantar informações, ouvindo, e vamos fazer uma avaliação sobre eventuais mudanças ao longo dos próximos dias", afirmou Cappelli.

"Hoje é o primeiro dia, então a gente está levantando informações, tem que responder às questões solicitadas pelo Supremo Tribunal Federal e a gente vai fazer tudo com tranquilidade, firmeza, em perfeita sintonia, porque o nosso objetivo é a estabilidade. Então a gente vai fazer tudo com tranquilidade para garantir a estabilidade e a normalidade da atuação do Gabinete de Segurança Institucional", completou.

Ao seu lado, Paiva afirmou que ainda não identificou militares que estavam no Planalto, até porque não teve acesso ao conteúdo das imagens das câmeras de segurança.

"O Exército ainda não identificou, até porque a imagem que nós temos não são todas. Algumas imagens podem estar em determinados órgãos, ou na Justiça. A partir do momento que tivermos todas as pessoas identificadas, a pessoa que for identificada lá, que apareceu, a gente já sabe quem é. Mas vai ser processada, onde a justiça determinar que seja processada, dentro do rito normal", afirmou o comandante do Exército, que disse estar colocando todas as informações à disposição do ministro interino.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, reforçou em entrevista coletiva nesta quinta-feira que Lula é quem decidirá o futuro do GSI após retornar de viagem. Enquanto isso, Cappelli continuará fazendo escutas, oitivas, colhendo informações técnicas sobre o caso.

"O presidente da República, quando retornar da viagem internacional que está fazendo, vai tomar a decisão final sobre a natureza do GSI, se ele continua, em quais termos e como será essa nova reestruturação", disse.

Dino acrescentou que a saída do ministro não necessariamente o culpa de qualquer ato.

"Eu conheço muito pouco o general Gonçalves Dias, mas de tudo que vi e que ouvi não consigo crer, e afirmo com muita tranquilidade, de que o general Gonçalves Dias tenha agido mancomunado, de conluio com criminosos. Há, na verdade, uma tentativa criminosa de absolver os terroristas e condenar as vítimas e isso está em curso no Brasil", acrescentou.

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