Governo Lula exonera 29 agentes do GSI após crise das imagens do 8/1

Foram demitidos 3 dos 4 secretários nacionais da pasta que entrou em crise após revelação de imagens do ex-ministro

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Brasília

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou a saída de 29 agentes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) após a crise da divulgação das imagens que resultou na queda do ministro Gonçalves Dias. Foram demitidos 3 dos 4 secretários nacionais da pasta

As exonerações foram informadas na tarde quarta-feira (26) pelo ministro interino do órgão, Ricardo Cappelli.

circuito interno
Imagens do circuito interno mostram major do GSI orientando invasores no dia 8 de janeiro - Reprodução

Foram exonerados os secretários de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, brigadeiro Max Moreira, de Segurança e Coordenação Presidencial, general Marcius Netto, e de Coordenação de Sistemas, contra-almirante, Marcelo Gomes.

Dos 29 agentes que deixaram o Executivo, 24 pertencem às Forças Armadas. A maioria são oficiais de alta patente.

Também deixaram o governo o diretor do Departamento de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, coronel Ivan Karpischin, cinco supervisores e outros cinco assistentes.

As demissões ocorrem em meio a uma disputa no governo sobre manter um militar ou colocar um civil à frente do GSI após a saída do general Gonçalves Dias.

Os auxiliares que defendem manter o ministério sob o comando dos militares acreditam ser essa a alternativa que trará menos traumas e ruídos políticos. Já os integrantes do governo que defendem um civil à frente do órgão sustentam uma reestruturação completa do ministério.

Entre os demitidos, estão remanescentes do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Marcius Netto, por exemplo, já ocupava um cargo de diretoria no GSI na gestão anterior. Lula o manteve no cargo e, algumas semanas após os ataques de 8 de janeiro, apenas o remanejou para outro cargo de diretoria.

Ele assumiu a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI no dia 24 de janeiro, deixando o cargo de chefe da Assessoria de Planejamento e Gestão do Departamento-Geral do Pessoal.

Os outros exonerados são da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, além de uma civil.

Antes de Capelli divulgar os nomes dos exonerados, já havia sido publicada no Diário Oficial a exoneração do coronel José Henrique Luz Fontes, que vinha atuando como chefe de gabinete do então secretário-executivo e número 2 do GSI, general Ricardo José Nigri.

O general Nigri também acabou exonerado com o ministro Gonçalves Dias, na esteira da divulgação das imagens do 8 de janeiro. Já o coronel José Henrique Luz Fontes ocupava o cargo desde fevereiro de 2022, ou seja, ainda na gestão Bolsonaro.

Segundo a publicação no Diário Oficial, o coronel deixou o cargo a pedido.

Antes das novas exonerações, o governo Lula afirmava já ter promovido a troca de 35% do efetivo do GSI, órgão que se tornou muito associado a Bolsonaro nos últimos quatro anos.

O ministro interino da pasta, Ricardo Cappelli, vinha dizendo nos últimos dias que Lula havia pedido a ele que acelerasse as trocas no ministério.

O mandatário está em viagem à Europa e deve retornar na noite de quarta. Lula e seus auxiliares vão tomar uma decisão sobre o futuro do GSI após o seu retorno, definindo o nome do ministro e as atribuições do órgão, que acabou desidratado, sem a atribuição de realizar a segurança pessoal de Lula, além de perder o comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que passou para a Casa Civil.

Na semana passada, a CNN Brasil divulgou imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, que mostra o então ministro Gonçalves Dias nas dependências do prédio histórico e a atuação dos agentes do GSI.

Alguns desses agentes orientam e até oferecem água para os invasores.

A divulgação das imagens levou à queda do ministro Gonçalves Dias, chamado GDias, aliado de longa data de Lula, de quem foi responsável pela sua segurança nos dois primeiros mandatos.

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