Governo Lula exonera mais 58 servidores do GSI

Governo faz limpa no órgão após imagens do 8/1; interino diz que servidores deverão comprovação vacinação contra a Covid

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Brasília

O governo federal anunciou nesta quinta-feira (27) a demissão de mais 58 servidores do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). O órgão entrou em crise após a divulgação de imagens do ex-ministro da pasta Gonçalves Dias dentro do Palácio do Planalto no momento em que vândalos destruíam o local, em 8 de janeiro.

"Dando prosseguimento à renovação do quadro de funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ministro interino Ricardo Cappelli autorizou nesta quinta-feira (27) a exoneração de mais 58 servidores", disse o órgão em nota. A edição do Diário Oficial da União desta sexta (28) trouxe 59 exonerações no GSI, incluindo uma feita a pedido de uma servidora.

Cappelli anunciou ainda que vai editar uma portaria para exigir a comprovação das vacinas contra a Covid-19 para todos os servidores do GSI.

"Quem mantém contato com o presidente da República deve cumprir o que orientam as autoridades sanitárias", escreveu o ministro interino, em suas redes sociais.

O ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, durante reunião com o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes - Pedro Ladeira/Folhapress

Antes as exonerações desta quinta-feira, o GSI contava com um efetivo total de 1.014 servidores. Desse total, 881 são militares e 133 são civis.

Na quarta-feira (26), já tinham sido exonerados outros 29 funcionários, dentre eles 24 oriundos das Forças Armadas.

Deixaram o governo na quarta os secretários de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, brigadeiro Max Moreira, de Segurança e Coordenação Presidencial, general Marcius Netto, e de Coordenação de Sistemas, contra-almirante, Marcelo Gomes.

Também foram exonerados o diretor do Departamento de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, coronel Ivan Karpischin, cinco supervisores e outros cinco assistentes.

As demissões ocorrem em meio a uma disputa no governo sobre manter um militar ou colocar um civil à frente do GSI após a saída do general Gonçalves Dias.

Os auxiliares que defendem manter o ministério sob o comando dos militares acreditam ser essa a alternativa que trará menos traumas e ruídos políticos. Já os integrantes do governo que defendem um civil à frente do órgão sustentam uma reestruturação completa do ministério.

Entre os demitidos, estão remanescentes do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Marcius Netto, por exemplo, já ocupava um cargo de diretoria no GSI na gestão anterior. Lula o manteve no cargo e, algumas semanas após os ataques de 8 de janeiro, apenas o remanejou para outro cargo de diretoria.

Ele assumiu a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI no dia 24 de janeiro, deixando o cargo de chefe da Assessoria de Planejamento e Gestão do Departamento-Geral do Pessoal.

Os outros exonerados são da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, além de uma civil.

Antes das novas exonerações, o governo Lula afirmava já ter promovido a troca de 35% do efetivo do GSI, órgão que se tornou muito associado a Bolsonaro nos últimos quatro anos.

O ministro interino da pasta, Ricardo Cappelli, vinha dizendo nos últimos dias que Lula havia pedido a ele que acelerasse as trocas no ministério.

Com o retorno de Lula, que estava em viagem à Europa nos últimos dias, o presidente e seus auxiliares vão tomar uma decisão sobre o futuro do GSI, definindo o nome do ministro e as atribuições do órgão, que acabou desidratado, sem a atribuição de realizar a segurança pessoal de Lula, além de perder o comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que passou para a Casa Civil.

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