Lula volta a estimular que militância pressione políticos em suas casas

Em evento com sindicatos, presidente também chamou novamente Jair Bolsonaro de golpista e genocida

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a instigar a militância para que pressione autoridades públicas em suas próprias residências, mas desde que seja feito com "muita educação".

A fala aconteceu durante evento no Palácio do Planalto, para sancionar o reajuste de 9% para servidores públicos federais civis, nesta sexta-feira (28).

Lula também voltou a atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de "golpista" e "genocida".

O presidente Lula discursa em evento nesta sexta-feira (28), em Brasília - Carl de Souza/AFP

"Eu tenho dito para o movimento sindical que aquela história de a gente vir a Brasília para fazer pressão já não cola mais. Quem está dentro do Congresso Nacional não ouve o barulho de quem está lá fora", afirmou o presidente.

Lula acrescentou que não importa se há uma passeata com 100 mil pessoas sendo realizada em Brasília que os parlamentares do Congresso Nacional não escutarão e apenas saberão da existência à noite, pela televisão.

"Outro dia eu falei uma coisa que alguém interpretou mal. Mas um deputado, um senador, um governador tem casa. Então é muito melhor montar um esquema de ir na casa das pessoas com muita educação, falar individualmente com ele: 'ô, cara, você me conhece, você foi pedir voto pra mim'", completou o presidente.

O presidente se referia a declaração feita há um ano, na pré-campanha. Naquela ocasião, em evento da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ele afirmou que surte mais efeito "incomodar a tranquilidade" de deputados do que fazer manifestação em Brasília. A fala, à época, provocou críticas de bolsonaristas.

Nesta sexta-feira, Lula também voltou a defender a classe política. Afirmou que as falas de senso comum que tratam parlamentares e outras autoridades como corruptos apenas levam para a eleição de pessoas sem preparo e boas intenções.

E então aproveitou para atacar o ex-presidente Bolsonaro, o chamando de "genocida".

"A mania que a sociedade brasileira tem de ser convencida a não gostar de política, a não acreditar em política, a achar que todo político é corrupto, que todo mundo que não é político é honesto, é o que leva esse país a ter eleito Jânio Quadros com uma vassourinha. É o que leva o Bolsonaro a ser eleito pescando marajá [apesar da citação a Bolsonaro, Fernando Collor foi quem se notabilizou pelo discurso contra marajás]. É o que leva esse genocida, golpista, ser eleito presidente da República", afirmou.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.