Descrição de chapéu Governo Lula

Lula descarta mudar articulação política após derrota no Congresso e defende Padilha

Em Londres, presidente diz que ministros serão proibidos de divulgar ideias e cobrados a executar aquilo que governo decidir

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Londres

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após derrota expressiva do governo no Congresso e disse que "em hipótese alguma" cogita mudar a articulação política.

"O Padilha é o que o país tem de melhor na articulação política", afirmou em Londres, onde acompanhou a festa para a coroação de Charles 3º.

"Se tiver desavença em política, tudo se acerta. O mais difícil é ir sempre acertando. São 513 deputados e um só coordenador político. Às vezes pode acontecer um certo desacordo que vamos acertar. Na política tudo tem jeito. A única coisa impossível é Deus pecar. O resto, tudo é possível", disse o presidente.

Lua afirmou também que considera normal projetos do Executivo serem rejeitados por deputados e senadores. "Às vezes o cara quer uma mudança em um artigo do projeto. Por que não fazê-lo? Se não prejudicar a essência do projeto, você pode simplesmente fazer."

A primeira derrota expressiva de Lula no Legislativo ocorreu com a derrubada na Câmara de mudanças feitas pelo governo federal no Marco do Saneamento, na noite desta quarta-feira (3), por 295 votos a 136.

A derrubada teve apoio quase total de MDB, União Brasil e PSD, partidos que receberam juntos um total de nove ministérios de Lula, mostrou uma legião de infiéis e sinalizou uma série de recados ao governo federal.

O presidente Lula (PT) cumprimenta o rei Charles 3º ao lado da primeira-dama, Janja da Silva, no Palácio de Buckingham, em Londres
O presidente Lula (PT) cumprimenta o rei Charles 3º ao lado da primeira-dama Janja da Silva no Palácio de Buckingham, em Londres - Ian Jones - 5.mai.2023/FCDO/Divulgação

O próprio Lula havia cobrado Padilha publicamente na quinta-feira (4). "Espero que ele [Padilha] tenha a capacidade de organizar, de articular, que ele teve no conselho, dentro do Congresso Nacional. Aí vai facilitar muito a vida", afirmou em discurso em Brasília, no lançamento do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, que será chefiado pelo ministro.

Lula também afirmou em Londres estar retomando "políticas públicas que deram certo" e que, após definições, "vai ficar proibido ministro de ter ideia" —uma crítica a propostas de integrantes do governo divulgadas nos últimos meses sem combinação prévia no Planalto.

"Estamos retomando todas as políticas públicas que deram certo em nossos governos. A partir dessas reuniões, vai ficar proibido ministro ter ideia. Ministro tem que trabalhar para executar o que nós já definimos. Por que senão todo mundo tem uma ideia todo dia, e essa ideia não é colocada em prática. O governo tem que ser menos teórico e mais prático, porque é isso que o povo deseja", afirmou Lula.

Em março, já havia cobrado duramente que seus ministros não deveriam anunciar políticas públicas que não tivessem sido apresentadas e recebido o aval da Casa Civil.

"Não queremos propostas de ministros. Todas as propostas de ministros deverão ser transformadas em propostas de governo, e só será transformada em proposta de governo quando todo mundo souber o que vai ser decidido", afirmou o presidente na ocasião.

Nos cem primeiros dias, o governo Lula desautorizou em público ao menos quatro ministros, refutando propostas referentes a políticas de preços da Petrobras, passagem aérea a R$ 200, juros em consignado do INSS e mudança na Previdência

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