PF mira empresários e fazendeiros em operação contra suspeitos de financiar o 8/1

Dinheiro e armas foram apreendidos; ação foi autorizada pelo STF, e foi determinado bloqueio de R$ 40 milhões bens e valores

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Brasília

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (11) a 11ª fase da Operação Lesa Pátria com o objetivo de identificar pessoas que financiaram e fomentaram os ataques golpistas de 8 de janeiro.

Para a ação, autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), os policiais contaram com 22 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Cenário de destruição no STF após a invasão de vândalos bolsonaristas no 8/1
Cenário de destruição no STF após a invasão de vândalos bolsonaristas no 8/1 - Pedro Ladeira/Folhapress

Estão entre os alvos produtores rurais e empresários suspeitos de financiar as invasões e depredações dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo.

Os policiais apreenderam oito veículos, 22 armas, celulares e passaportes, além de R$ 48.850 e US$ 140 mil (cerca de R$ 700 mil).

No interior de São Paulo, a residência do empresário Geraldo Cesar Killer foi alvo de busca, e a PF apreendeu o dinheiro em espécie. Ele aparece como doador de R$ 10 mil para a campanha de Jair Bolsonaro (PL) e também fez outra doação do mesmo valor para o senador Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro de Ciência e Tecnologia.

Em Mato Grosso do Sul, um arsenal foi encontrado com o empresário Adoilto Fernandes Coronel, proprietário de uma empresa de materiais de construção. Não foi informado o número de armas apreendidas, mas, segundo a PF, estão regularizadas.

No Paraná, Peter Greidanus foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

A reportagem não conseguiu localizar os alvos da operação nem seus advogados para comentar o assunto.

Foi determinado o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões para cobertura e ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público.

Dinheiro apreendido pela PF na casa de Geraldo Cesar Killer, em Bauru, em operação contra financiadores de 8/1
Dinheiro apreendido pela PF na casa de Geraldo Cesar Killer, em Bauru, em operação contra financiadores de 8/1 - Divulgação

A operação da PF tem origem nas quatro frentes de investigação abertas após os atos de 8 de janeiro.

Uma delas mira os possíveis autores intelectuais e é essa frente que pode alcançar Bolsonaro. Outra tem como objetivo mapear os financiadores e responsáveis pela logística do acampamento e transporte de bolsonaristas para Brasília.

O terceiro foco da investigação PF são os vândalos. Os investigadores querem identificar e individualizar a conduta de cada um dos envolvidos na depredação dos prédios históricos da capital federal.

A quarta linha de apuração avança sobre autoridades omissas durante o 8 de janeiro e que facilitaram a atuação dos golpistas.

Essas investigações deram origem as 11 fases ostensivas da Lesa Pátria até o momento.

Também nesta semana o ministro Alexandre de Moraes votou para tornar réus mais 250 denunciados após os ataques golpistas às sedes dos três Poderes no dia 8 de janeiro.

A sessão que julga o recebimento de denúncias apresentadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra os acusados acontece no plenário virtual da corte, onde os ministros depositam os seus votos, e vai até a próxima segunda-feira (15).

Até o momento, outras 550 pessoas já se tornaram réus no Supremo devido aos atos golpistas.

Parte dos denunciados na nova leva de julgamento participou diretamente dos ataques ao Supremo, ao Congresso e ao Palácio do Planalto.

Essa é a quarta análise de casos referentes aos ataques. Nas três primeiras, o tribunal abriu 100, 200 e 250 ações penais, respectivamente, contra acusados pelos atos.

Ao todo, 1.390 pessoas foram denunciadas pela PGR por envolvimento nos ataques.

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