Descrição de chapéu África BNDES Brics

Lula diz que vai discutir como reparar Dilma após decisão sobre pedaladas

Mandatário afirmou que país deve desculpas a ex-presidente após tribunal manter arquivamento de ação

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Salvador | UOL

O presidente Lula (PT) disse, durante entrevista à imprensa neste sábado (26) em Luanda, capital da Angola, que é preciso discutir como reparar a ex-presidente e sua correligionária Dilma Rousseff após decisão que manteve o arquivamento de uma ação contra ela no caso das pedaladas fiscais.

Lula brincou sobre não ser possível devolver o cargo de presidente a Dilma.

"Agora vou discutir como que a gente vai fazer, não dá para reparar os direitos políticos se ela quiser voltar a ser presidente, porque eu quero terminar meu mandato. Mas é preciso saber como reparar uma coisa que foi julgada por uma coisa que não aconteceu."

Presidente Lula caminha ao lado da primeira-dama Janja em tapete vermelho em Angola
`Presidente Lula acompanhado da primeira-dama Janja, durante evento em Angola - Ricardo Stuckert

O petista também afirmou que a atual presidente do banco dos Brics foi "absolvida" pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em Brasília.

Porém, a 10ª Turma apenas julgou uma apelação do MPF (Ministério Público Federal) contra o arquivamento no ano passado. A ação de improbidade foi arquivada sem resolução de mérito, ou seja, não foi analisada por falta de fundamentação das acusações. Na sexta (25), também em pronunciamento em Angola, Lula já havia comentado a decisão do TRF-1.

O presidente disse que o Brasil deve desculpas a Dilma.

Por unanimidade, o TRF-1 manteve na segunda-feira (21) a decisão que arquivou uma ação de improbidade contra a ex-presidente Dilma sobre o caso das pedaladas fiscais, que embasou o processo de impeachment da petista em 2016.

A decisão também beneficia o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Outros beneficiados são o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine, o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.

A decisão foi tomada na sessão por 3 votos a 0. Além do relator, Saulo Casali Bahia, votaram os juízes Marllon Souza e Marcos Vinícius Reis Bastos.

Dilma, eleita em 2010 e reeleita em 2014, teve o mandato cassado em 2016 em processo de impeachment que tramitou na Câmara e no Senado. Ambas as Casas consideraram que a então presidente cometeu crime de responsabilidade, com a abertura de crédito orçamentário sem aval do Congresso.

A decisão, no processo e no mérito, foi acompanhada sem contestação pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Dilma esteve com Lula na última semana na cúpula dos Brics, na África do Sul. A ex-presidente assumiu neste ano, por indicação do correligionário, o comando do banco do bloco, que tem sede na China.

Em evento há três semanas no Rio de Janeiro, para lançamento do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o presidente já havia dado protagonismo à aliada, que apareceu em fotos de destaque nas redes sociais do governo.

Na campanha eleitoral do ano passado, na qual Dilma participou de eventos com frequência, Lula chegou a descartar a participação da antiga aliada na equipe de governo e afirmou que ela não tinha "a paciência que a política exige".

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