O nome de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aparece no recibo de recompra de um relógio Rolex nos Estados Unidos que integrava o kit de joias sauditas recebidas em viagem oficial em 2019.
A investigação aponta que o defensor foi escalado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para uma "operação resgate" dos itens, temendo decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) para a devolução do objeto.
A Polícia Federal acredita que o recibo é uma "prova contundente" contra Wassef. A informação foi divulgada pelo colunista Valdo Cruz, da Globo, e confirmada pelo UOL.
O Rolex integrava kit de joias em ouro branco recebidas por Bolsonaro, e foi vendido por Cid em junho de 2022 para a empresa Precision Watches, na Pensilvânia, recuperado em 14 de março deste ano. O papel de Wassef teria sido o de recomprar o relógio.
Wassef teria retornado com o artefato ao Brasil em 29 de março. Em 2 de abril, o relógio foi entregue a Mauro Cid. Para os investigadores, o esquema de venda das joias tinha como objetivo o "enriquecimento ilícito do ex-presidente Jair Bolsonaro".
"Identificou-se, em acréscimo, que os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem localização e propriedade dos valores", diz trecho do relatório da PF enviado ao Supremo.
Antes da divulgação do recibo, o advogado negou qualquer participação na venda da joia. O UOL entrou novamente em contato com Frederick Wassef, que não respondeu.
No domingo, o advogado disse, por meio de nota, que sofre uma "campanha de fake news e mentiras de todos os tipos".
"Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda", disse.
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