Descrição de chapéu Governo Lula

Dino tenta aproximação com militares e chama PF e Forças Armadas de coirmãs

Declaração do ministro acontece em meio a uma crise de desconfiança dos militares com Polícia Federal

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Brasília

O ministro da Justiça, Flávio Dino, fez um gesto de reaproximação com os militares nesta terça-feira (5), ao afirmar que a Polícia Federal e as Forças Armadas são "instituições coirmãs a serviço do Brasil".

A declaração de Dino foi dada em meio a uma crise de desconfiança dos militares com a PF, que vem desde a atuação do gabinete de transição e se ampliou com o avanço das investigações contra militares.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, com o presidente Lula
O ministro da Justiça, Flávio Dino, com o presidente Lula - Pedro Ladeira/Folhapress

Dino participou na manhã desta terça-feira da cerimônia de formatura de novos servidores da Polícia Federal, evento que contou com a participação do presidente Lula (PT) e de autoridades da Defesa, como o ministro José Múcio e o comandante do Exército, general Tomás Paiva.

Em sua fala inicial, Dino saudou os presentes e então exaltou a complementaridade das instituições.

"Destaco o alto significado da presença de vossas excelências aqui, uma vez que mostra que, mais do que amigos, mostra que somos coirmãos. E as Forças Armadas e a Polícia Federal são instituições coirmãs a serviço do Brasil, dos brasileiros e das brasileiras", afirmou.

Como mostrou a Folha, o avanço das investigações contra militares ampliou o mal-estar entre integrantes das Forças Armadas e a Polícia Federal.

Generais da cúpula do Exército viram na coincidência de datas das operações que atingiram fardados e dias de festividades da Força uma possível ação dos policiais para ofuscá-los. Eles reclamam, sob reserva, que todas as datas de destaque do Exército até agosto foram marcadas por operações da PF.

Após o evento, Dino foi questionado por jornalistas sobre a sua fala em relação aos militares e se haveria um problema entre as instituições. Ele disse que eventuais "divergências ocasionais" não superam a busca pelo entendimento entre as partes.

"Achei muito significativo que houvesse a presença do ministro Múcio e do comandante do Exército, general Tomás. Agradeço muito a ambos porque mostrou o principal: são instituições que têm papéis diferentes, mas nós temos que atuar juntos. Eventuais divergências ocasionais que possam ter existido não são maiores do que a busca da concórdia", afirmou o ministro.

"A PF tenho certeza que ficou muito feliz com a presença das Forças Armadas aqui representadas porque significa que nós caminhamos juntos independente de episódios que estão em andamento, e há por parte tanto das Forças Armadas quanto da Polícia Federal pleno respeito às competências e atribuições de ambos os órgãos", completou.

Ainda durante o seu discurso, o ministro da Justiça fez uma defesa da PF na atual gestão, argumentando que ela não cede a espetacularizações. Sem citar nominalmente a Lava Jato, criticou abusos e "forças-tarefas ilegais".

"Eu quero garantir ao senhor, presidente Lula, que essa Polícia Federal hoje, toda ela, está a serviço de uma única causa, que é a sua causa, a causa do Brasil. Nós abolimos tentações satânicas, de espetacularizações, de abusos, de forças-tarefas ilegais. Tudo isso ficou no passado. Hoje temos uma polícia dedicada a servir a população", completou.

Na mesma linha, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que a instituição "não investiga pessoas, mas fatos criminosos".

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