Lula diz que 'é sempre muito difícil' trocar ministros, mas que precisa construir maioria no Congresso

Declaração acontece no momento em que seu governo conclui reforma ministerial para abrir espaço para o centrão

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Brasília

O presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (5) que é "sempre muito difícil" demitir ministros, retirá-los de suas pastas, mas que a realização de uma reforma ministerial será necessária para construir uma maioria no Congresso Nacional.

"É sempre muito difícil você chamar alguém e falar: 'olha, preciso do ministério porque fiz um acordo com o partido político e preciso atender'. Mas essa é a política. O governo tem propostas importantes para passar no Congresso Nacional", afirmou o presidente durante a transmissão semanal de Lula nas redes sociais, o Conversa com o Presidente.

Lula durante cerimônia do Fórum Interconselhos, no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 30 ago. 2023/Folhapress

A declaração foi dada no momento em que o governo trabalha para concluir a primeira grande reforma ministerial de seu governo, para abrir espaço para o centrão.

Lula então citou que o governo precisa de uma maioria no Congresso Nacional para avançar as suas propostas de interesse. Citou então como exemplo a proposta de desoneração da folha de pagamento para 17 setores, que ele aponta que trará danos ao reduzir a receita do Executivo.

"Precisamos construir uma maioria para dar tranquilidade ao governo, nas mudanças que precisamos fazer para aprovar determinadas coisas e não permitir que coisas indigestas sejam aprovadas", afirmou o presidente.

"Quando você aprova desoneração, qual é a consequência? Você diminui a receita do governo federal e do município e estado. O que eu acho, quando você vai fazer desoneração, não pode fazer uma lei que diga que está desonerado 17 setores. Você permite a desoneração que será resultado de um acordo entre trabalhadores, empresários e governo para saber qual a parte dos trabalhadores nessa desoneração", completou.

Lula deve bater o martelo nesta semana sobre a reforma ministerial, que abrirá espaço em seu governo para abrigar o centrão.

Vão entrar no governo o líder do PP na Câmara, deputado André Fufuca (PP-MA), e o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).

Fufuca deve ocupar o Ministério dos Esportes, que será turbinado com recursos que virão com a regulamentação das apostas esportivas. Silvinho, por sua vez, deve ocupar a pasta dos Portos e Aeroportos.

Lula deve ter uma reunião nesta terça-feira (5) com o vice-presidente Geraldo Alckmin, para tratar da situação do PSB no governo, com a saída de Márcio França de Portos e Aeroportos.

Aliados do presidente afirmam esperar que o próprio Alckmin ceda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para evitar que seu correligionário seja prejudicado. O vice-presidente então deveria ficar com o chamado Conselhão, Conselho de Desenvolvimento, Econômico, Social, Sustentável.

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