Descrição de chapéu Governo Tarcísio

PF apura se Tarcísio teve benefício eleitoral com versão de tiroteio em Paraisópolis

Governador afirma que não há fato novo sobre episódio ocorrido na campanha e que não há o que se averiguar no inquérito

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Brasília

A Polícia Federal investiga em um inquérito se o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se beneficiou eleitoralmente, durante a campanha no ano passado, da versão de que o tiroteio ocorrido em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, foi um atentado contra ele.

O objetivo dos investigadores é apurar se Tarcísio infringiu o código eleitoral, que veda a divulgação, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha, de "fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado".

O governador afirma que não há fato novo sobre o episódio e que, portanto, não há o que se averiguar no inquérito da PF.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), então candidato ao Governo de São Paulo, fala com a imprensa sobre tiroteio em Paraisópolis. - Bruno Santos-17.Out.23/ Folhapress

Poucas horas depois do tiroteio, o então candidato Tarcísio já havia declarado não ter visto o episódio como um atentado.

"Foi um ato de intimidação, um recado claro do crime organizado como ‘a gente não quer você aqui dentro’. É uma questão territorial e não tem nada a ver com a política", disse o então candidato, na ocasião.

Em 17 de outubro de 2022, um tiroteio em Paraisópolis interrompeu a agenda de campanha do então candidato ao governo estadual. Um homem morreu na troca de tiros.

Tarcísio e a sua equipe visitavam um projeto social que inaugurou um polo universitário. Não houve feridos entre os integrantes da comitiva.

O episódio repercutiu entre bolsonaristas na ocasião, que relacionaram a esquerda ao tráfico de drogas.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) senta no chão ao ouvir tiros em Paraisópolis
Tarcísio de Freitas (Republicanos) senta no chão ao ouvir tiros em Paraisópolis - Reprodução/GloboNews

Em janeiro deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou o arquivamento do inquérito sobre a morte no tiroteio.

A decisão judicial pelo arquivamento da investigação foi dada a pedido do Ministério Público de São Paulo.

Segundo o G1, a Promotoria afirmou na ocasião que os policiais agiram em legítima defesa e estrito cumprimento do dever legal, o que foi aceito pelo magistrado na decisão.

O promotor do caso disse ainda que não foi confirmada a participação de pessoas da equipe de Tarcísio na troca de tiros. Também não foi identificada a arma da qual partiram os tiros que geraram a morte.

À época do tiroteio, um áudio obtido pela Folha revelou que um integrante da campanha de Tarcísio mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio. O então candidato disse que o pedido pode ter sido feito em "momento de tensão" para preservar a identidade dos responsáveis por sua segurança.

Em outubro, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo julgou improcedente uma representação contra Tarcísio pela presença de um agente da Polícia Federal em sua campanha no dia do tiroteio.
O julgamento foi decidido por unanimidade.

O Ministério Público Eleitoral havia representado contra o governador e o agente Danilo Campetti argumentando que o policial usou seus instrumentos de trabalho (arma e distintivo) em benefício de Tarcísio, o que é proibido. Imagens mostram o policial com arma na mão e usando distintivo.

Na ação, o Ministério Público havia afirmado que a participação de Campetti na campanha não era um fato relevante o suficiente para provocar uma diferença de votos a favor de Tarcísio.

A instauração do inquérito pela PF foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela Folha.

Procurada, a assessoria do governador argumentou que a Justiça Eleitoral já realizou julgamento sobre o episódio em Paraisópolis.

"Após a manifestação do Ministério Público, oitiva testemunhal e colheita de provas, foi concluído de forma unânime que o episódio tratou-se de uma ocorrência policial, sem qualquer ingerência política ou eleitoral. Uma vez que não há fato novo, não haveria outra questão a ser averiguada no inquérito da polícia federal mencionado", diz a nota do governador.

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