Como manter um debate civilizado em meio aos horrores da guerra

Moderação de comentários da Folha foi intensificada após conflito Israel-Hamas

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São Paulo

É uma verdade universalmente conhecida de que o setor de comentários de um portal de notícias não é o local mais saudável para se frequentar na internet. Não são raras as vezes em que, em conversas com colegas de outros setores do jornal, surge o tópico da moderação dos comentários e a resposta é sempre a mesma: "Nossa, sinto muito!"

Prazer, eu sou uma das "censoras da Folha", como somos não tão carinhosamente chamados. Parte do trabalho da equipe de Interação e Mídias Sociais é prezar para que a seção de comentários seja um ambiente de livre troca de ideias, com debate plural, respeitoso e civilizado.

Isso significa que boa parte do nosso dia é dedicada a acompanhar as conversas no fórum da Folha. Funciona da seguinte maneira: para comentar uma reportagem é preciso ser assinante e concordar com os termos e condições que estabelecem regras mínimas de civilidade.

A ferramenta democrática segue o espírito do jornal de manter um diálogo aberto com seus leitores, algo que, no impresso, é simbolizado pelo Painel do Leitor.

Parte dessas mensagens vai automaticamente para a moderação e outras são barradas logo de cara, a partir de uma lista de termos considerados problemáticos ou sensíveis pelo jornal. Para evitar subterfúgios que burlem o sistema, prezamos por não divulgar quais são esses termos. Os leitores aprendem por experiência a "en.ga.nar" o robô, se é que me entende, e comentários com essas estratégias são derrubados assim que identificados.

Desde o dia 7 de outubro, quando o Hamas promoveu ataques terroristas contra Israel e Binyamin Netanyahu declarou a guerra, até esta quinta-feira, 9 de novembro, foram realizados mais de 70 mil comentários no site da Folha. Destes, 16 mil foram para a moderação, algo em torno de 23%.

Se considerarmos os comentários que foram para análise, cerca de 3.500 foram reprovados, em sua maioria por se tratarem de repetições, o que infringe os termos e condições de uso do espaço, ou por conter ofensa a outros leitores, jornalistas ou grupos específicos, como, no caso, a judeus ou palestinos.

Dizer que um povo deveria ser exterminado ou que outro merecia ser bombardeado entram na conta dos comentários não publicados por este último motivo, além de contribuir para a má fama dos fóruns de notícias, que entristece e cansa a equipe de moderação por ter que ler conteúdos ofensivos e com apologia do crime (imagine fazer isso todos os dias, sobre todos os assuntos!).

É por isso que estamos aprimorando o filtro de mensagens, para que nenhum comentário desrespeitoso passe sem a moderação humana.

Leitores que sistematicamente violam os termos são alertados e podem ficar em uma quarentena, sem poder comentar. A equipe de moderação trabalha para que a análise e aprovação dos comentários seja a mais ágil possível.

Além de moderar em média 540 comentários e respostas por dia, a equipe também responde emails dos leitores, publica as principais notícias em todas as redes sociais do jornal, produz textos sobre a vida nas mídias e é responsável por tudo o que diz respeito à interação com Sua Excelência, o leitor. Contamos com a sua compreensão.

Atenciosamente,

"Censora da Folha".

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