Dino inicia busca de votos no Senado, promete atuação sem ideologia no STF e justifica embates

Ministro da Justiça diz ter mudado 'a roupa' após indicação de Lula e afirma que magistrado não tem lado político

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Brasília

Em busca de votos para a indicação ao STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), foi ao Senado nesta quarta-feira (29), disse que o perfil combativo é próprio da política e que magistrado da corte não tem ideologia nem lado político.

Ele afirmou que não está preocupado com a orientação política dos senadores e disse que "mudou a roupa" que veste no momento em que foi indicado para o STF por Lula (PT).

Flávio Dino em frente ao gabinete da presidência do Senado nesta quarta-feira - Pedro Ladeira/Folhapress

"Para um cargo no Judiciário, isso não é relevante, se a pessoa é ideologicamente de um lado ou de outro, politicamente ou partidariamente de um lado ou de outro. Ministro do Supremo não tem partido, ministro do Supremo não tem ideologia, ministro do Supremo não tem lado político", disse Dino.

"No momento em que o presidente Lula faz a indicação, evidentemente que eu mudo a roupa que eu visto. E essa roupa hoje é em busca desse apoio do Senado. A roupa que, se eu merecer essa aprovação, eu vestirei sempre, que independe de governo e oposição."

Dino disse que seguirá em busca de votos com perseverança, humildade, serenidade e tranquilidade. O ministro afirmou que a decisão de deixar a pasta da Justiça para pedir votos "não está em pauta neste momento" porque tem tempo suficiente, além de não ser um "estranho" no Senado.

O ministro de Lula evitou as comparações feitas pelo núcleo bolsonarista entre ele e o ministro Cristiano Zanin Martins, indicado pelo presidente para a penúltima vaga aberta no STF. O ex-governador do Maranhão afirmou que cada um tem suas características e que o importante é seguir a Constituição.

"O perfil combativo é próprio da política. Evidentemente, quando você muda de função, você muda também o perfil da sua atuação. Fui deputado federal, governador, juiz federal, e cada função tem uma característica e tem um estilo", disse.

"Portanto, não é o fato de ter incisividade, é próprio do lugar que eu estou e do papel político que eu exerço. Eu não conheço nenhum político que não seja combativo."

Questionado sobre o fato de não ter ido à Câmara dos Deputados mesmo tendo sido convocado para prestar alguns esclarecimentos, o ministro disse que ninguém reclamou. "Ninguém tem reclamado de mim, graças a Deus. Para mim não."

Dino se reuniu nesta quarta com o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), o relator de sua indicação, Weverton Rocha (PDT-MA), e brincou estar em busca de votos 24 horas por dia, em uma agenda intensa até a sabatina, marcada para 13 de dezembro.

Segundo relatos, antes do anúncio oficial da indicação de Dino na segunda-feira (27), Lula e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), recomendaram que o ministro da Justiça se colocasse como candidato e buscasse, um por um, seus 81 potenciais eleitores.

Assim como Dino, Paulo Gonet, indicado para a PGR (Procuradoria-Geral da República), será sabatinado em 13 de dezembro. A expectativa é que a votação no plenário ocorra entre os dias 13 e 14.

Gonet também foi ao Senado nesta quarta em busca de apoio por aprovação para a PGR.

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