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PGR se manifesta a favor da quebra de sigilo bancário e fiscal de Janones

Vice-procurador-geral afirma que há suspeita de 'participação dos investigados no esquema de desvio'

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Brasília

A PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou nesta quarta-feira (14) a favor da quebra de sigilo bancário e fiscal do deputado André Janones (Avante-MG) e de assessores e ex-assessores do parlamentar, que é investigado por suspeita de esquema de "rachadinha" em seu gabinete.

Em documento assinado pelo vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, e enviado em inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal), a PGR diz que a quebra de sigilo deve acontecer "como medida de cautela extrema e em circunstâncias excepcionais, tais como nas hipóteses de fortes indícios de possível autoria de práticas ilícitas por parte dos investigados".

O deputado André Janones (Avante-MG)
O deputado André Janones (Avante-MG) - Luis Macedo - 29.nov.23/Câmara dos Deputados

"No caso, como os elementos de informação já reunidos apontam concretamente para a participação dos investigados no esquema de desvio de recursos públicos e recepção de vantagem indevida, não há dúvida quanto à necessidade do afastamento dos respectivos sigilos bancário e fiscal", diz a manifestação.

A investigação contra Janones teve início em novembro de 2023 por decisão do ministro Luiz Fux, do STF. A solicitação foi feita pela então vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho Santos, para que fossem apuradas supostas práticas dos crimes de associação criminosa, peculato e concussão.

O estopim do caso ocorreu quando o site Metrópoles divulgou um áudio de Janones no qual ele solicita a assessores ajuda para pagar despesas relacionadas a uma campanha de 2016 para a Prefeitura de Ituiutaba (MG), quando ficou em segundo lugar na disputa.

Janones posteriormente se tornou deputado federal pelo Avante. O político ganhou destaque nas últimas eleições por fazer parte da linha de frente da campanha nas redes sociais do presidente Lula (PT).

No fim de janeiro, a PF pediu a quebra de sigilo, que ainda não foi decidida por Fux, que aguardava a manifestação da PGR.

"As diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado federal André Janones", afirmou a PF no pedido.

Segundo a PF, as quebras de sigilo são necessárias para "investigar adequadamente esse tipo de conduta" e que é preciso rastrear "o fluxo financeiro e analisar o patrimônio dos suspeitos.

Procurado por meio da assessoria, o deputado ainda não se manifestou.

Anteriormente, quando o pedido da PF foi divulgado, Janones afirmou que segue confiante de que será absolvido e diz ver com estranheza a solicitação, afirmando que desde o início das investigações teria colocado seus sigilos fiscal e bancário à disposição.

Também reclamou que não teria sido ouvido nas apurações. O deputado questionou ainda que teria sido apontado como suspeito um depósito que feito "quando nenhum dos assessores investigados trabalhavam mais" em seu gabinete.

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