Descrição de chapéu Governo Lula

Lula cobra de ministros mais viagens e defesa do governo em meio a queda de popularidade

Presidente também usou reunião ministerial para avisar que não quer lançamento de novos programas e sim execução dos já anunciados

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Brasília

O presidente Lula (PT) cobrou seus ministros nesta segunda-feira (18) para que saiam em defesa do governo federal e não apenas de suas próprias áreas e ações.

O mandatário pediu "transversalidade" da sua equipe para rebater as críticas e divulgar as medidas do governo, além de mais viagens aos seus ministros e maior presença em redes sociais, para que expliquem as ações da gestão petista.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião ministerial no Palácio do Planalto, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião ministerial no Palácio do Planalto, em Brasília - Ueslei Marcelino/Reuters

A cobrança foi feita durante reunião com todos os ministros no Palácio do Planalto. O encontro acontece em meio à elevação da pressão por mais resultados, após a queda na sua popularidade.

Pesquisa divulgada pelo Ipec no início do mês mostrou piora nos índices de aprovação de Lula.

Consideram a administração ótima ou boa 33%, ante 38% na pesquisa anterior, realizada em dezembro de 2023. Outros 33% avaliam a gestão regular, e 32% veem como ruim ou péssima, uma oscilação positiva de dois pontos em relação aos dados anteriores.

O presidente, no entanto, afirmou que não se impressiona com as pesquisas desde 1989. Era uma referência à primeira vez que disputou a Presidência da República e acabou derrotado. Disse que seu governo está "entregando muito", e que a sua situação política deveria estar melhor.

Lula então teria afirmado que é preciso "transversalidade" na defesa das ações do governo. Disse que cada um é ministro de uma determinada área, mas que todos são integrantes do governo federal e por isso têm responsabilidade em defendê-lo.

Lula acrescentou que todos os ministros precisam ter conhecimento das ações do governo, para melhor divulgá-las.

Nesse momento, o presidente usou a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL), como exemplo. Afirmou que ela é ministra do governo inteiro e não apenas de sua pasta.

O governo Lula busca sinalizar que suas ações não estão chegando ao conhecimento da população, evitando reconhecer que as críticas podem ser feitas à própria maneira de governar e a ações que ainda não produzem resultado.

O presidente então teria pedido, fazendo coro ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta (PT), que os chefes de pastas usem mais as redes sociais para explicar as ações do governo para o público. E também pediu que os titulares do seu governo viajem mais para divulgar os programas e feitos.

Após o encontro, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou que Lula também pediu que os ministros revisitem programas e ações já lançadas, para verificar o andamento delas e evitar que caiam no esquecimento.

"O presidente pediu para que cada ministro procure revisitar tudo o que lançou. Ele não quer ver anunciando novos programas, novas ações, mas concretizar o que foi lançado. Já tem um portfólio robusto. Tem que agregar em indicadores que sejam compreendidos pela população", afirmou o ministro.

A reunião também teve uma cobrança de Lula devido ao surto de dengue, que vem sobrecarregando o sistema de saúde e causando mortes em diversas regiões do país. Mas, por outro lado, também houve uma defesa do trabalho da ministra Nísia Trindade.

O presidente disse que é ele quem nomeia e demite e que a ela fica no cargo. Nísia vem sendo alvo de ataques do centrão e mesmo de algumas alas do governo Lula, por segurar o pagamento de emendas parlamentares.

O chefe do Executivo então reiterou a garantia de permanência da ministra no governo, que ela teve e tem carta-branca para montar a sua equipe e tem uma grande oportunidade de mostrar o seu trabalho nesse momento de adversidade. Lula então pediu algumas palavras da titular.

Segundo participantes da reunião, Nísia Trindade se emocionou durante as cobranças e elogios de Lula.

Após a reunião, Pimenta foi questionado por jornalistas sobre o momento em que a ministra teria se emocionado. O chefe da Secom disse que ela forneceu um relato sobre como "é difícil, pesado [ocupar a pasta e enfrentar os obstáculos]".

Depois, foi questionado se o choro teria relação com pressão política. "Mais ou menos isso", respondeu.

Durante a reunião, além da fala inaugural de Lula, três ministros fizeram apresentações: Rui Costa, Paulo Pimenta e o chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT).

Nísia e Ricardo Lewandowski também fizeram breves explanações sobre suas ações, embora não previstas anteriormente e estruturadas.

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