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Líder de pesquisa em BH encaminha apoio do Novo e pode reunir Zema e Kalil em mesmo palanque

Pré-candidato do Republicanos deve ter ex-secretária do governo de Minas como vice em eleição embolada da capital mineira

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Belo Horizonte

O deputado estadual e apresentador de TV Mauro Tramonte (Republicanos) encaminhou nesta semana o apoio do Novo, partido do governador Romeu Zema, para sua candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte.

A ex-secretária de Planejamento do governo Luisa Barreto (Novo), que até então rejeitava a possibilidade de ser vice, deve ser confirmada na chapa nas convenções partidárias das duas legendas que serão realizadas neste sábado (3).

A aliança colocaria no mesmo palanque Zema e o ex-prefeito Alexandre Kalil, que, na semana passada, deixou o PSD para se filiar ao Republicanos. Ele também irá apoiar a candidatura de Tramonte contra o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que foi seu vice na chapa vencedora de 2020.

Montagem com fotos do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), do governador Romeu Zema (Novo) e do ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos)
Montagem com fotos do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), do governador Romeu Zema (Novo) e do ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos) - Elizabete Guimarães/ Amira Hissa/Divulgação

Kalil deixou a prefeitura em 2022 para concorrer ao governo de Minas contra Zema. A eleição, vencida pelo candidato do Novo em primeiro turno, repetiu a polarização nacional no estado quando Kalil apoiou a candidatura do presidente Lula (PT), e Zema, a de Jair Bolsonaro (PL) .

Considerados rivais, os dois já trocaram críticas publicamente. No ano passado, o ex-prefeito disse à Folha que o governador sofre de "falta de cultura".

As conversas para o Novo se aliar à candidatura de Tramonte vinham evoluindo nas últimas semanas dado o bom desempenho do apresentador de TV nas pesquisas eleitorais para um pleito que pode ter mais de dez candidatos.

Levantamento do Datafolha feito no começo de julho mostrou o deputado estadual na liderança, com 19% das intenções de voto, em empate técnico com o ex-deputado João Leite, que pontuou 12%. O instituto ouviu 616 eleitores da capital mineira, em pesquisa que teve margem de erro de quatro pontos percentuais.

A filiação de Kalil ao Republicanos chegou a gerar resistência em setores do Novo, mas a ala favorável à aliança venceu o embate em reunião entre os partidos realizada na quarta (31).

O presidente do Republicanos em Minas, deputado federal Euclydes Pettersen, disse que as conversas para Barreto ser vice de Tramonte "estão bem adiantadas" e que o governador Romeu Zema se comprometeu a ter uma participação ativa na campanha, mesmo após a filiação de Kalil na legenda.

"Neste momento é hora de agregar apoio, e quanto mais apoio, melhor. O governador também entende dessa forma", disse o presidente estadual do Republicanos.

No segundo mandato como deputado estadual, Mauro Tramonte é natural de Poços de Caldas, cidade do Sul de Minas. Ele se mudou para Belo Horizonte em 2008 para se tornar o apresentador do programa Balanço Geral, da Record.

Ele deixou o comando da atração após 16 anos para se dedicar à pré-campanha à prefeitura.

Na Assembleia Legislativa, sua atuação é considerada tímida por pessoas que acompanham o dia a dia da Casa.

Apesar de ser considerado da base de Zema, ele foi contra a orientação do governo em duas votações recentes que dividiram os deputados aliados.

Na adesão ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal), defendida pela administração, ele votou contra. No reajuste salarial superior às forças de segurança em relação ao resto do funcionalismo, ele foi a favor, apesar de o governo ser contrário.

Pessoas ligadas a outros postulantes à prefeitura afirmaram à Folha que Tramonte, até então um candidato pouco rejeitado pelo eleitorado, pode atrair para seu nome as rejeições de Zema e Kalil.

Pesquisa Datafolha mostrou que 48% dos eleitores de Belo Horizonte recusariam votar no nome apoiado por Zema. Outros 14% votariam no escolhido pelo governador, e 34% talvez seguissem a indicação do chefe do Executivo estadual.

No caso de Kalil, a rejeição pelo seu candidato era a menor, com 43% negando escolher seu apadrinhado —32% disseram que talvez votariam em seu escolhido, e 22%, que o fariam com certeza.

Bolsonaro, que vai apoiar o deputado estadual Bruno Engler (PL), tem a maior rejeição entre os padrinhos políticos, com 60% recusando seguir sua escolha. Outros 22% dizem que com certeza votariam em seu apadrinhado.

No caso do presidente Lula, que irá apoiar o deputado federal Rogério Correia (PT) à prefeitura, 53% dos ouvidos pelo Datafolha disseram que não votariam no candidato do mandatário. Já 22% afirmaram que votam com certeza em quem ele apoiar.

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