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Ministro fala ao Senado sobre suspeitas de fraude no Esporte
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DE SÃO PAULO
Começou por volta das 14h50 desta quarta-feira (19) o depoimento do ministro Orlando Silva (Esporte) ao Senado para esclarecer mais uma vez as denúncias de irregularidades na pasta, que chefia desde 2006.
Acompanhe o depoimento do ministro no Senado
Silva é acusado de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. A acusação foi feita à revista "Veja" pelo policial militar João Dias Ferreira.
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Segundo Ferreira, o ministro teria recebido dinheiro vivo na garagem da pasta, o que Silva nega. À revista um funcionário do policial, Célio Soares Pereira, afirmou ter entregue dinheiro ao próprio ministro na garagem do ministério, em Brasília, no final de 2008.
A expectativa é que o ministro repita as explicações dadas ontem e anteontem, durante depoimento na Câmara e entrevista em Brasília, respectivamente.
Na entrevista, ele negou envolvimento em irregularidades. "Estou confiante para que a verdade seja reestabelecida, não é possível que um criminoso se converta numa fonte de verdade", disse ele. "Vou até as últimas consequências para defender minha honra", reiterou. "Não há e não haverá nenhuma prova no que foi falado por esse criminoso, simplesmente porque os fatos relatados e publicados na revista no fim de semana não correspondem à verdade", afirmou o ministro.
Silva saiu em defesa do programa ao afirmar que ele é muito importante, por associar esporte e educação. Segundo ele, o Segundo Tempo passou por aperfeiçoamentos e beneficia 800 mil crianças.
O ministro também negou que as suspeitas sobre ele possam atrapalhar a organização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, eventos que acontecerão no Brasil.
Ontem, na Câmara, Silva também disse que vai pedir para "acelerar" as investigações e o julgamento dos processos que envolvem as entidades do denunciante.
Sergio Lima/Folhapress | ||
O ministro do Esporte, Orlando Silva, prestou esclarecimentos ontem à Câmara |
Ele começou apresentando todas as suas ações na pasta e depois passou a atacar o policial militar. "Quem faz a agressão? Eu aconselho que procurem informações. Trata-se de um desqualificado, um criminoso, uma pessoa que foi presa, uma fonte bandida", disse o ministro. Ele foi aplaudido em diversos momentos e ouviu gritos de apoio no plenário, formado praticamente apenas por governistas.
ACORDO
Em entrevista publicada ontem pela Folha, Ferreira disse que Orlando Silva lhe propôs um acordo, em março de 2008, para que não levasse a órgãos de controle e à imprensa denúncia sobre irregularidades no Programa Segundo Tempo.
Ferreira protestou, na reunião que afirma ter tido, sobre ação do ministério que apontou irregularidades em dois convênios. O ministro nega o encontro com Ferreira em 2008. Diz que só se encontrou com ele em 2004 e 2005.
Ontem, o delator participou de reunião com lideranças da oposição no Congresso Nacional, e afirmou que em breve novos documentos serão mostrados para comprovar os desvios. Segundo ele, há "mais de 300 caixas pretas" que comprovariam as irregularidades.
ENTENDA O CASO
Dois integrantes de um suposto esquema de desvio de recursos do Ministério do Esporte acusam Silva de participação direta nas fraudes, segundo reportagem publicada pela revista "Veja".
O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
Localizado pela Folha, Pereira confirmou a acusação contra o ministro. Orlando Silva afirmou que já acionou o ministro da Justiça para que a Polícia Federal investigue o esquema relatado.
O ministro disse ainda que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao policial autor das denúncias.
Em nota, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.
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