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12/09/2010 - 02h55

Eterna "pantera", Maria Alice Vergueiro continua afiadíssima; leia

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ROBERTO DE OLIVEIRA
EDITOR-ASSISTENTE DA REVISTA sãopaulo

Nem artrose, próteses nos joelhos e mal de Parkinson derrubam Maria Alice. Essa "outsider" do teatro continua uma pantera. Mulher de unhas longas, cor de jabuticaba, lábios vermelhos e cabelos grisalhos, é do tipo que fala vidrada nos olhos de quem ouve.

Patricia Stavis/Folhapress
Retrato de Maria Alice Vergueiro, nos bastidores da peça que encena no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil
Retrato de Maria Alice Vergueiro, nos bastidores da peça que encena no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, em SP

História não falta. A mocinha, neta de fazendeiro, chocou os pais quando resolveu despirocar pelos palcos. No baita currículo, esteve por trás da fundação do grupo Ornitorrinco e participou do Arena e do Oficina. Mas foi com o hit "Tapa na Pantera", no YouTube, que passou a ser reconhecida. Virou cult e voltou a arrepiar a parentada, que não se deu conta de que a irreverência está impressa em seu DNA.

Maria Alice tem dois filhos e quatro netos. Separada, mora com a mãe, Maria, 95, em frente à praça Buenos Aires. Arranca risos e suspiros quando entra em cena no CCBB, onde pilota "As Três Velhas". Assim como a mãe no apê de Higienópolis, a "pantera" transita de cadeiras de rodas.

É difícil circular de cadeira de rodas?
O problema é o equilíbrio. Com a cadeira, furo fila. Quando tem um lugar sem rampa, digo: "Ah, não posso". Acho ótimo, porque é uma porcaria ter que ir a um monte de estreias. No palco, a cadeira funciona, faço uma senhora de cem anos.

O que acha de Higienópolis ganhar uma estação do metrô?
O povo é sofrido. Leva três horas para se locomover. Acho bom o metrô. Mas eu sou mais popular. Tanto que gostaria de popularizar esse bairro. Aqui na praça, aos domingos, tem roda de samba. Tem gente que reclama porque acorda às 11h com a música. Ah! Paciência.

Como devota de santo Antônio, que pedido faria para a cidade?
Pediria não só para SP, mas para o Brasil. Transporte, habitação, saúde. Essa cidade é desigual. Mas me identifico com ela. Sou um pouco assim, um pouco Higienópolis, um pouco favela.

Que lugar lhe dá tesão?
Estou ligada ao centro, onde não ia desde o tempo de menina. Naquela época, morava numa casa na alameda Itu, com quintal, onde a gente brincava de barra-manteiga. Eu ia ao centro visitar uma tia devota de santo Antônio. Hoje, trabalho lá. Gosto também de andar de carro para ver a cidade, seus guetos e suas diferenças. Tanto público diferente, né? Não conheço toda a cidade e acho difícil que alguém a conheça.

Você adora sorvete de coco. Onde mata a sua larica com ele?
Nossa! Tem um sorvete de coco muito bom aqui na rua Tupi, na Família Dias Confeitaria, ao lado da Casa das Massas. E também tem cada bolo, menino!

E para dar um tapa na pantera?
Qualquer lugar é bom. A pantera está lá quieta. Você vai e "pá!!!". É claro que não vai ficar normal. É um estalo. SP tem parques bonitos para isso. Lugar aberto é mais interessante. Pode ficar com os amigos, sem ninguém para atrapalhar.

Veja Vídeo

 

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