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Eterna "pantera", Maria Alice Vergueiro continua afiadíssima; leia
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ROBERTO DE OLIVEIRA
EDITOR-ASSISTENTE DA REVISTA sãopaulo
Nem artrose, próteses nos joelhos e mal de Parkinson derrubam Maria Alice. Essa "outsider" do teatro continua uma pantera. Mulher de unhas longas, cor de jabuticaba, lábios vermelhos e cabelos grisalhos, é do tipo que fala vidrada nos olhos de quem ouve.
Patricia Stavis/Folhapress |
Retrato de Maria Alice Vergueiro, nos bastidores da peça que encena no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, em SP |
História não falta. A mocinha, neta de fazendeiro, chocou os pais quando resolveu despirocar pelos palcos. No baita currículo, esteve por trás da fundação do grupo Ornitorrinco e participou do Arena e do Oficina. Mas foi com o hit "Tapa na Pantera", no YouTube, que passou a ser reconhecida. Virou cult e voltou a arrepiar a parentada, que não se deu conta de que a irreverência está impressa em seu DNA.
Maria Alice tem dois filhos e quatro netos. Separada, mora com a mãe, Maria, 95, em frente à praça Buenos Aires. Arranca risos e suspiros quando entra em cena no CCBB, onde pilota "As Três Velhas". Assim como a mãe no apê de Higienópolis, a "pantera" transita de cadeiras de rodas.
É difícil circular de cadeira de rodas?
O problema é o equilíbrio. Com a cadeira, furo fila. Quando tem um lugar sem rampa, digo: "Ah, não posso". Acho ótimo, porque é uma porcaria ter que ir a um monte de estreias. No palco, a cadeira funciona, faço uma senhora de cem anos.
O que acha de Higienópolis ganhar uma estação do metrô?
O povo é sofrido. Leva três horas para se locomover. Acho bom o metrô. Mas eu sou mais popular. Tanto que gostaria de popularizar esse bairro. Aqui na praça, aos domingos, tem roda de samba. Tem gente que reclama porque acorda às 11h com a música. Ah! Paciência.
Como devota de santo Antônio, que pedido faria para a cidade?
Pediria não só para SP, mas para o Brasil. Transporte, habitação, saúde. Essa cidade é desigual. Mas me identifico com ela. Sou um pouco assim, um pouco Higienópolis, um pouco favela.
Que lugar lhe dá tesão?
Estou ligada ao centro, onde não ia desde o tempo de menina. Naquela época, morava numa casa na alameda Itu, com quintal, onde a gente brincava de barra-manteiga. Eu ia ao centro visitar uma tia devota de santo Antônio. Hoje, trabalho lá. Gosto também de andar de carro para ver a cidade, seus guetos e suas diferenças. Tanto público diferente, né? Não conheço toda a cidade e acho difícil que alguém a conheça.
Você adora sorvete de coco. Onde mata a sua larica com ele?
Nossa! Tem um sorvete de coco muito bom aqui na rua Tupi, na Família Dias Confeitaria, ao lado da Casa das Massas. E também tem cada bolo, menino!
E para dar um tapa na pantera?
Qualquer lugar é bom. A pantera está lá quieta. Você vai e "pá!!!". É claro que não vai ficar normal. É um estalo. SP tem parques bonitos para isso. Lugar aberto é mais interessante. Pode ficar com os amigos, sem ninguém para atrapalhar.
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