Com a chegada de novos fármacos ao mercado, o acompanhamento e a avaliação de seus resultados para os pacientes tornam-se ainda mais importantes. A opinião é de Sílvia Storpirtis, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, que destacou a importância da ampliação da farmacovigilância —o monitoramento dos efeitos dos medicamentos comercializados.
“É preciso avaliar se a tecnologia está cumprindo seu papel e entregando o que foi prometido no momento da incorporação ao mercado.”
De acordo com Storpirtis, para esse acompanhamento funcionar, é necessário que profissionais de saúde gerem dados clínicos confiáveis sobre seus pacientes e que as negociações entre governo e indústria farmacêutica considerem estudos de efetividade sobre os remédios.
A farmacovigilância ainda é pouco desenvolvida no Brasil, em comparação com outros países, segundo o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Varley Dias Sousa.
“Temos hoje na Anvisa 250 funcionários que atuam com medicamentos, e só sete em farmacovigilância. Em breve, serão nove. A FDA (agência americana que regula fármacos) tem 255 pessoas apenas nessa área.”
Foi essa falta de recursos, disse Sousa, que levou a Anvisa a dar ênfase à análise dos medicamentos antes de sua chegada ao mercado.
O ideal, segundo ele, é inverter o processo, tornando a aprovação mais rápida e avaliando de perto produtos que já estão sendo comercializados para poder retirar de circulação aqueles que não apresentem os resultados desejados.
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