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Games devem ficar mais caros em 2023; entenda os motivos

Microsoft deve se juntar a concorrentes e adotar novo padrão de preço para grandes lançamentos

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São Paulo

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O ano de 2023 entrará na história dos videogames como o início de uma nova era: a dos jogos a US$ 70. Segundo o site IGN, a Microsoft deve abandonar no ano que vem o atual padrão de preço de US$ 60 para seus principais lançamentos.

A publicação afirma que "Forza Motorsport", "Redfall" e "Starfield", todos com previsão de lançamento em 2023, devem ser os primeiros títulos distribuídos com novo valor de tabela, acompanhando um movimento já realizado nos últimos anos por outras grandes publishers, como Sony, Ubisoft e Take-Two —a Nintendo é uma notória exceção na lista.

  • Para o consumidor brasileiro, caso o dólar se mantenha no patamar atual, isso deve representar um aumento de cerca de R$ 50 no preço desses títulos no lançamento, indo dos cerca de R$ 300 cobrados por games topo de linha, como "A Plague Tale: Requiem", para R$350.

Jogos de Xbox a venda em loja de Manhattan, em Nova York
Jogos de Xbox a venda em loja de Manhattan, em Nova York - Carlo Allegri - 18.jan.22/Reuters

As discussões na indústria sobre o preço de lançamento de games de primeira linha começaram a ganhar força em 2020, junto com a chegada de uma nova geração de consoles (PlayStation 5 e Xbox Series X/S). A última vez em que a indústria havia aumentado o preços dos jogos foi em 2005, no início da geração PlayStation 3/Xbox 360, quando os principais lançamentos subiram de US$ 50 para US$ 60.

O primeiro game a adotar o novo padrão de preços foi "NBA2K21", título anual de basquete distribuído pela Take-Two, lançado em setembro de 2020 para PCs, PlayStation 4 e Xbox One por US$ 60 e em novembro do mesmo ano para PlayStation 5 e Xbox Series X/S, mas custando US$ 70.

Na época, o CEO da Take-Two, Strauss Zelnick, defendeu o aumento de preços citando que os custos para a produção de jogos haviam aumentado de 200% a 300% em 15 anos. "O que os consumidores são capazes de fazer com os produtos mudou completamente. Nós entregamos jogos muito, muito maiores por US$ 60 ou US$ 70 [hoje] do que entregávamos por US$ 60 dez anos atrás", afirmou em entrevista ao site Protocol.

Cinco meses depois, Zelnick celebrou o sucesso da nova estratégia de preços. "Como uma oferta premium do nível mais elevado, o título [‘NBA2K21’] foi construído desde o início para a próxima geração, é o primeiro título aqui que foi criado dessa forma. E a aceitação pelos consumidores não foi nada além de extraordinária, o título vendeu mais de 8 milhões de cópias", afirmou o executivo em um comunicado a investidores, destacando que a discussões futuras sobre preço de novos lançamentos se dariam jogo a jogo.

Imagem do jogo 'NBA2K21', da Take-Two
Imagem do jogo 'NBA2K21', da Take-Two - Divulgação

Em entrevista ao site GamesIndustry.biz, Yoshio Osaki, CEO da consultoria IDG, especialista na indústria de games, concordou com a visão do Zelnick sobre o aumento dos custos de produção. "O preço de US$ 70 [para jogos] na próxima geração representa um aumento de 17% de 2005 para 2022, muito abaixo do de outros itens. Enquanto o preço de desenvolvimento e distribuição subiram —e o de outras formas de entretenimento também, substancialmente—, os softwares de próxima geração não refletiram esse aumento. [A mudança de] US$ 60 para US$ 70 não cobre o aumento desses custos completamente, mas é um movimento na direção certa", afirmou.

Por esse ponto de vista, o aumento do preço parece mais do que justificável. Ele não leva em conta, porém, novos modelos de monetização desenvolvidos pela indústria nos últimos 17 anos. Pacotes de expansão (DLCs), passes de temporada, microtransações e as infames ‘loot boxes’ se tornaram mecanismos amplamente utilizados e hoje correspondem a uma grande parte (se não a maior parte) da receita das gigantes dos games.

Um exemplo é Activision Blizzard (dona das franquias "Diablo", "Call of Duty" e "Warcraft", entre outras) que, de um total de 8,8 bilhões de receita em 2021, obteve apenas 2,3 bilhões (26%) em venda de jogos contra 6,5 bilhões (74%) em microtransações, assinaturas e outras formas de monetização, segundo seu relatório para investidores.

Para a Microsoft especificamente, o aumento no preço dos seus lançamentos também funciona como um conveniente incentivo para que os consumidores adquiram o Xbox Game Pass. O serviço de jogos por assinatura que promete acesso sem custos extras a todos os títulos da empresa desde o lançamento é hoje sua principal aposta para crescer no mercado de games.

Financeiramente, o novo padrão de preços poderia ajudar a indústria a diminuir sua dependência de serviços por assinatura e conter a proliferação de microtransações, ao menos em títulos considerados "premium". Mas a Caixa de Pandora já foi aberta e é pouco provável que as empresas resolvam voltar atrás.


Play

dica de game, novo ou antigo, para você testar

Bowser's Fury

(Switch)

Vendido junto com o relançamento de "Super Mario 3D World" para Switch, esse título de plataforma do Mario pode ter passado despercebido para muitos fãs (me incluo nessa). Trata-se do primeiro game totalmente em mundo aberto da franquia e um curioso laboratório para mecânicas que podem vir a aparecer em futuros títulos do herói bigodudo. O game é relativamente curto (por isso talvez a Nintendo tenha decidido incluí-lo como um "bônus" em outro título), mas merece uma chance pela coragem de buscar a inovação em uma franquia tão tradicional.


Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • Por 3 votos a 1, a FTC (agência reguladora do mercado do governo americano) decidiu abrir um processo na Justiça para tentar bloquear a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft. O órgão alega que o negócio prejudicaria a livre concorrência no mercado de consoles e de serviços de assinatura de games. Executivos das duas empresas ainda acreditam que a aquisição será concluída, mas dificilmente isso acontecerá até 30 de junho de 2023, data prevista anteriormente para a conclusão da compra.
  • "Elden Ring" levou a melhor na disputa com "God of War Ragnarök" e ficou com o prêmio de jogo do ano no The Game Awards. O título da FromSoftware conquistou ainda os troféus de direção, direção de arte e jogo de RPG. O título da Sony, porém, não ficou de mãos vazias e foi o game mais premiado da noite, vencendo em seis categorias: narrativa, música e trilha sonora, design de áudio, melhor performance (Christopher Judge como Kratos), inovação em acessibilidade e jogo de ação/aventura.
  • O Brasil foi destaque nas premiações de esports do The Game Awards. A equipe de "Valorant" da Loud conquistou o prêmio de melhor equipe de esports do ano e seu técnico, Matheus "bzkA" Tarasconi, o de melhor treinador.
  • A premiação também contou com uma série de anúncios de novos games. Entre os principais estão: "Hades 2", sequência do aclamado título de ação da Supergiant Games; "Death Stranding 2", sequência do último jogo de Hideo Kojima; "Judas", título de estreia do novo estúdio de Ken Levine, criador de "Bioshock"; e "Armored Core 6: Fires of Rubicon", retorno da franquia de batalha de robôs gigantes (mechas) da FromSoftware.
  • A Nintendo começou no último dia 6 a venda oficial de jogos de Switch em mídia física no Brasil. Por enquanto, estão à venda dez títulos diferentes, sendo que dois deles ("Animal Crossing: New Horizons" e "Splatoon 3") têm venda exclusiva pela Amazon. O preço sugerido é de R$ 349 por jogo, R$ 50 mais caro que a versão digital.
  • A Microsoft anunciou parceria com o banco Itaú para trazer para o Brasil o programa Xbox All Access, que permite o financiamento de consoles. Pelo programa, clientes com cartão de crédito Itaú poderão comprar um Xbox Series S pagando 21 parcelas de R$ 170,99. Nesse período, o cliente terá acesso também ao Xbox Game Pass. Ao fim do período, cabe ao usuário optar ou não pela renovação da assinatura do serviço.

Download

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

13.dez

"Crisis Core: Final Fantasy VII Reunion": R$ 219,90 (PC), R$ 249,50 (Switch, Xbox One/X/S, PS 4/5)

"High On Life"*: R$ 222,45 (Xbox One/X/S), preço não disponível (PC)

14.dez

"Lil Gator Game": R$ 41,99 (PC, Switch)

15.dez

"Aka": R$ 31,50 (Switch), preço não disponível (PC)

"Blacktail": R$ 79,99 (PC), preço não disponível (Xbox X/S, PS 5)

*Disponível no Xbox Game Pass

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