Pai do ChatGPT nega boatos sobre versão mais potente de ferramenta e critica pedido de pausa em IA

Documento divulgado por instituto patrocinado por Elon Musk alertou riscos de tecnologia e pediu 'moratória' em desenvolvimento

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São Paulo

A OpenAI não trabalha no desenvolvimento do GPT-5, suposta versão mais potente da inteligência artificial (IA) por trás da ferramenta geradora de texto ChatGPT, disse o executivo-chefe da startup, Sam Altman. Na quinta-feira (13), ele participou de evento no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos.

Altman respondeu à carta que pediu uma pausa no desenvolvimento de IAs geradoras (capazes de produzirem textos, imagens ou outras obras). O documento reuniu assinaturas de Elon Musk, do escritor Yuval Harari e do cofundador da Apple Steve Wozniak.

Financiado por Musk, o instituto Future of Life divulgou a carta no fim de março. Foi uma resposta a rumores de que o GPT-5 alcançaria a inteligência artificial geral, quando a tecnologia conseguiria executar qualquer tarefa intelectual humana.

O executivo-chefe da OpenAI Sam Altman é um homem branco, de cabelos castanhos cacheados e olhos azuis. Ele fala em evento de lançamento da integração do ChatGPT ao buscador Bing da Microsoft, na sede da gigante da tecnologia em Redmond, Washington.
O executivo-chefe da OpenAI Sam Altman fala em evento de lançamento da integração do ChatGPT ao buscador Bing da Microsoft, na sede da gigante da tecnologia em Redmond, Washington. O Bing disponibiliza um chat baseado em inteligência artificial geradora que responde com limites a dúvidas de internautas. - Jason Redmond/AFP

No mesmo mês, a OpenAI havia lançado o GPT-4, nova tecnologia que, de um lado, impressionou o público pelas respostas mais precisas do que as do ChatGPT (equipado com o GPT-3.5), de outro, elevou preocupações sobre novos riscos de desinformação, da cibersegurança e da deterioração do mercado de trabalho.

Altman afirma compartilhar a preocupação com problemas citados na carta assinada por Musk, mas considera que o documento ignora nuances técnicas. "Não discute em que parte do processo precisamos pausar."

"É cada vez mais necessário adicionar segurança à medida que os modelos de IA ganham novas capacidades", acrescenta Altman. De acordo com o executivo, a OpenAI prioriza o aperfeiçoamento do GPT-4, que passou por treinamentos de segurança por seis meses antes de ser apresentado ao público.

A OpenAI, contudo, seguirá com a estratégia de lançar produtos imperfeitos para o público, segundo Altman. O ChatGPT, por exemplo, entrega respostas imprecisas ou erradas. Empresas pioneiras em IA, como o Google e a Microsoft, pisavam em ovos em relação à tecnologia, depois de gafes como o chatbot Tay, de 2016, que reproduziu discursos de ódio no Twitter.

"Nosso objetivo é fazer o mundo se envolver na discussão sobre inteligência artificial, pensar nisso e gradualmente melhorar e construir novas instituições ou adaptá-las para entender qual o futuro que a sociedade quer", afirma o executivo, que chefia a parte empresarial da OpenAI.

O braço sem fins lucrativos da startup, presidida por Greg Brockman, diz ter a missão de "desenvolver inteligência artificial geral que beneficie toda a sociedade".

Altman reorganizou a OpenAI, segundo um modelo que chamou de empresa de lucro limitado, em 2019. Isso permitiu que buscasse bilhões de dólares em financiamento, prometendo lucro a investidores como a Microsoft. Esses lucros, porém, são limitados, e qualquer receita adicional será arremetida para a organização sem fins lucrativos OpenAI, fundada em 2015.

A ideia do executivo é que a OpenAI capte grande parte da riqueza do mundo por meio da criação da inteligência artificial geral e depois redistribua essa riqueza para as pessoas. Em Napa, em conversa com o New York Times, ele citou vários números –US$ 100 bilhões, US$ 1 trilhão, US$ 100 trilhões.

Em manifesto de 2021, Altman afirma que a inteligência artificial geral tem o potencial de transformar a economia e substituir profissionais caros, como professores de ensino superior e médicos. Por isso, ele convoca governos a discutir os impactos da tecnologia desde então.

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