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Meta anuncia dispositivo de realidade virtual dias antes de lançamento da Apple

Mark Zuckerberg divulgou Quest 3 enquanto empresa mantém ambições do metaverso

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Cristina Criddle Patrick McGee
Londres e San Francisco | Financial Times

A Meta, controladora do Facebook, revelou seu novo dispositivo de realidade virtual (VR, na sigla em inglês) nesta quinta-feira (1º), indicando um compromisso constante de construir um "metaverso" cheio de avatares.

O anúncio ocorre enquanto a empresa busca roubar a atenção da concorrente Apple, que também deve anunciar na próxima segunda-feira (5) seu primeiro headset do tipo.

Em vídeo postado no Instagram, o executivo-chefe da Meta, Mark Zuckerberg, lançou o novo produto, Meta Quest 3, que começa a ser vendido no terceiro trimestre deste ano. Ele apresenta tecnologias de realidade virtual e aumentada –conhecidas como "realidade mista"– que permitem que os usuários interajam em ambientes totalmente digitais e também com gráficos sobrepostos ao mundo real.

Meta anuncia headset de realidade virtual Quest 3
Meta anuncia headset de realidade virtual Quest 3 - Divulgação

Zuckerberg chamou-o de "o headset mais poderoso da Meta até hoje", com hardware 40% mais fino e o dobro do desempenho gráfico.

O lançamento da Meta representa um esforço para oferecer aos consumidores um dispositivo acessível antes da revelação pela Apple de seu novo produto, na próxima segunda (5), na conferência anual para desenvolvedores do fabricante do iPhone.

Enquanto o headset da Apple deverá custar cerca de US$ 3.000, o Quest 3 será vendido por US$ 499. O preço do modelo Quest 2 será reduzido em US$ 100, para US$ 299.

"A especulação sobre a esperada entrada da Apple no mercado de VR [está] dominando o discurso tecnológico, e a Meta está claramente decidida a lembrar a todos de suas credenciais nesse espaço", disse Leo Gebbie, analista da consultoria CCS Insight. "A [Meta] está ansiosa para marcar sua autoridade diante da nova concorrência."

A última versão de seu headset Quest reforça o desejo da companhia de liderar o chamado metaverso –mundos virtuais cujos usuários interagem entre si online.

Mas a Meta também tentou diminuir a frustração dos acionistas pelos mais de US$ 10 bilhões por ano que está gastando para desenvolver suas ambições no metaverso. Ela iniciou amplas demissões como parte de uma medida de corte de gastos que Zuckerberg descreveu como seu "ano de eficiência".

O grupo tecnológico vende quase 80% de todos os headsets de VR e AR [realidade aumentada], mas o mercado em si é relativamente pequeno comparado ao de smartphones, PCs ou consoles de jogos, com menos de 9 milhões de unidades vendidas no ano passado, segundo o IDC.

A unidade de Reality Labs da companhia, que inclui as vendas de headsets, representa menos de 2% da receita total da Meta, de US$ 117 bilhões no ano passado.

O novo equipamento da Meta é mais leve, com resolução e desempenho aperfeiçoados, movido por um novo chip de computador Qualcomm dedicado a realidade mista. A Apple deverá usar seus próprios chips para movimentar seu equipamento. O Quest 3 vai oferecer melhores funções de "pass-through" –a capacidade de mudar entre o mundo real e o espaço virtual enquanto se usa o headset, sem interrupção e em cores. O Quest 2 só oferece gravações desfocadas do mundo real em preto e branco.

No entanto, o Quest 3 não parece ter a capacidade de rastrear movimentos dos olhos, característica que existe no novo headset da Sony, o PlayStation VR2, que ajusta a tela conforme o lugar para onde o jogador olha.

A Meta vem explorando maneiras de ampliar suas experiências de realidade aumentada, inclusive por um acordo de vários anos com a startup Magic Leap.

Colaborou Tim Bradshaw. Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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