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Nova onda de demissões em tecnologia nos EUA atinge de big techs a startups

Número de cortes em janeiro é o maior desde março de 2023; newsletter FolhaMercado explica o que mudou de lá para cá

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São Paulo

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta quarta-feira (31). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:


As demissões em empresas de tecnologia voltaram –pelo menos nos EUA.

Nesta terça, foi a vez do PayPal comunicar a seus funcionários um desligamento em massa, que atingiu 9% da companhia, ou cerca de 2.500 trabalhadores, conforme noticia a Bloomberg.

A empresa de pagamentos se junta a outras empresas dos mais variados tamanhos que anunciaram publicamente ou internamente cortes em massa (veja a lista abaixo).

Em números: janeiro ainda nem terminou, mas já é o mês com mais cortes em empresas de tecnologia (28.963) desde março do ano passado (37.823), conforme a plataforma Layoffs.fyi.

Nos EUA, a primeira onda de demissões em tecnologia ficou concentrada no fim de 2022 e o início de 2023, em meio ao processo de escalada dos juros no país.

  • Uma política monetária mais restritiva do Fed (Federal Reserve, BC americano) atinge as empresas do setor de dois lados: encarece seu financiamento e afugenta investidores.
Sede do PayPal na Califórnia (EUA)
Sede do PayPal na Califórnia (EUA) - Justin Sullivan/Getty Images via AFP

O que mudou de lá para cá? Justamente a postura do Fed. Hoje, a expectativa é sobre quando começarão os cortes nos juros americanos –as apostas estão concentradas no primeiro semestre.

  • As big techs, cujas ações sofriam na última onda de demissões, hoje veem seus papéis ou na máxima histórica ou perto dela.
  • Para as menores, o cenário de investimento privado começa a desanuviar, mas ainda longe do que vimos na época da pandemia, com juros nas mínimas e dinheiro "infinito".

Por que há demissões?

As razões variam, e podemos dividir os cortes em três categorias, como explicou Nabeel Hyatt, sócio de um fundo de capital de risco ao New York Times:

↳ Big techs que estão demitindo posições auxiliares em áreas que ainda não lucram como o esperado, numa realocação do orçamento para investir em profissionais de IA (inteligência artificial).

  • Fazem parte dessa lista Microsoft, Alphabet (dona do Google), Salesforce, Amazon.

Grandes e médias empresas (como unicórnios, startups avaliadas acima de US$ 1 bi) que não estão desesperadas por dinheiro, mas que tentam corrigir o boom de contratações que fizeram durante a euforia da pandemia.

↳ Startups cujas operações queimam caixa e veem sua fonte de financiamento secar. As demissões são uma espécie de último respiro para tentar continuar as atividades.

  • Aqui estão: InVision (unicórnio britânico de design), Vroom (marketplace americano de veículos), Pitch (empresa alemã de software) e Artifact (rede dos fundadores do Instagram que tentou ser o "TikTok de textos").

O que sabemos sobre o chip cerebral da empresa de Musk

A Neuralink, uma das empresas de Elon Musk, fez seu primeiro implante de chip cerebral em um ser humano, e a pessoa se recupera bem, disse o bilionário na segunda (29).

"Os resultados iniciais mostram sinais promissores de atividade neural", escreveu Musk, que criou a startup de chips em 2016.


Qual o objetivo? A ideia inicial é permitir que as pessoas controlem um cursor ou teclado de computador usando apenas seus pensamentos.

Para quem é destinado? A Neuralink procura candidatos com quadros como tetraplegia, paraplegia, amputação de membros e limitações visuais ou de fala para se candidatar aos testes do Telepathy (Telepatia, em inglês),

  • O estudo usa um robô para colocar cirurgicamente um implante de interface cérebro-máquina em uma região do cérebro que controla a intenção de se mover, disse a Neuralink.

Como foi seu desenvolvimento? A Neuralink já havia feito testes em macacos, porcos e ovelhas.

  • Alguns dos macacos usados como cobaias morreram durante os experimentos;
  • Musk afirmou que parte dos animais tinha doenças terminais e que eles não morreram por causa do chip;
  • Após várias tentativas, a startup recebeu em maio do ano passado a permissão da FDA (agência reguladora americana) para iniciar o recrutamento para o primeiro teste em humanos.

Por que é diferente? O Telepathy contém mais de 1.000 eletrodos, número muito superior ao de outros implantes. O chip da Neuralink também mira neurônios individuais, para ter maior precisão, enquanto os rivais têm como alvo os sinais de grupos de neurônios.


Joias recicladas

A dinamarquesa Pandora, maior joalheria do mundo em vendas, disse ter alcançado em dezembro seu objetivo de encerrar o uso de prata e ouro extraídos de minas.

A empresa agora só fabrica peças com metais preciosos reciclados, que requerem menos energia para serem produzidos.

Em números:

  • 340 toneladas de prata e uma tonelada de ouro são comprados pela Pandora por ano.
  • 58.000 toneladas de dióxido de carbono por ano a joalheria diz evitar ao adotar metais reciclados, em vez de recém-minerados.
  • US$ 10 milhões por ano é o quanto a Pandora investe na mudança. Ela diz que não repassará o custo aos consumidores.

Sim, mas… As cadeias de suprimento de metais reciclados apresentam riscos. Depois de o ouro ser derretido, é difícil provar sua origem.

Para tentar evitar fraudes, a Pandora usa um padrão de cadeia de custódia desenvolvido pelo RJC (Responsible Jewellery Council). Ele exclui moedas e barras de ouro como fonte de ouro reciclado.

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