Descrição de chapéu Startups & Fintechs

Startups unicórnios viram 'zumbis', quiz da semana e o que importa no mercado

Leia edição da newsletter FolhaMercado desta sexta-feira (8)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta sexta-feira (8). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:


De unicórnios a zumbis

O fim do ciclo de "dinheiro infinito" para startups que começou em 2020 e durou até o início do ano passado começa a deixar rastros.

O New York Times mostra histórias de empresas americanas que receberam centenas de milhões de dólares em financiamento e que agora entraram com pedido de recuperação judicial, falência ou encerraram suas atividades.

São casos de startups que passaram de unicórnios (avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais) para "zumbis" –lutando para sobreviver.

O que explica essa derrocada? Antes, é preciso lembrar do cenário dos mercados durante a pandemia, quando os juros foram para as mínimas históricas para impulsionar a atividade econômica.

↳ O processo gerou um fluxo intenso de dinheiro que saiu dos títulos de renda fixa, que não estavam pagando nada, para ativos que ofereciam maiores retornos –entre eles, startups cujo modelo de negócio dependia desse cenário benigno para prosperar.

↳ Os juros voltaram a crescer, e o discurso dos investidores mudou: agora é preciso gerar caixa, em vez de projetar crescimento astronômico.

After staving off collapse by cutting costs, many young tech companies are out of options, fueling a cash bonfir
Ilustração - ERIN GRIFFITH/NYT


A taxa de mortalidade de empresas sempre fez parte da realidade do setor, mas dessa vez o cenário parece ser pior.

  • Cerca de 3.200 startups que receberam, somadas, US$ 27,2 bilhões em investimentos, fecharam neste ano;
  • O levantamento é da plataforma PitchBook, que admitiu que os dados devem estar subestimados, porque não contam as empresas que fecham sem avisar.

E aqui? O que aconteceu nos EUA também foi em parte replicado no Brasil, mas em proporções bem menores. Como aqui o grosso do investimento foi mais voltado a empresas em estágio inicial, não devemos ver unicórnios indo à falência.

  • O que pode acontecer é startups que captaram na euforia da pandemia serem vendidas a preço de banana ou tendo que levantar dinheiro a uma avaliação bem inferior para conseguir manter a operação;
  • O cenário deve se intensificar a partir do ano que vem, de acordo com gestores e fundadores de startups com quem tenho conversado.

Por que 'queimar pontes' pode não ser ruim

As novas prioridades nas relações de trabalho, que tornaram mais comum para os trabalhadores questionarem ambientes de trabalho tóxicos e prejudiciais, podem ter redefinido o termo "queima de pontes". A avaliação é de especialistas ouvidos pela BBC News.

Entenda: o conceito de queimar a ponte profissionalmente pode ser definido de diversas formas, e depende da visão de cada um. Ele pode ser:

  • Um acúmulo de tensão durante o exercício do cargo;
  • Pedido de demissão sem aviso prévio;
  • Comentários depreciativos sobre o chefe ou a empresa em que estava.

Por que queimar a ponte deixou de ser um tabu? Os profissionais "modernos" falam mais abertamente sobre problemas no trabalho, o que normaliza essas discussões. Isso acaba as tornando, portanto, menos prejudiciais.

Outro ponto é que a ideia de evitar queimar pontes pode acabar protegendo um mau empregador, afirma Erin Gallagher, fundadora de uma consultoria corporativa americana especializada em diversidade, equidade e inclusão.

  • E esse temor das repercussões na carreira pode acabar silenciando os profissionais, fazendo com que ambientes de trabalho tóxicos perdurem.

Sim, mas… Os especialistas ressaltam que falar de experiências negativas anteriores em um processo seletivo pode até ser normal, mas nem todos os comentários ruins serão produtivos.

  • Eles aconselham a não se concentrar em rancores pessoais, nem insultar o antigo empregador.

A Folha tem uma newsletter exclusiva sobre mercado de trabalho. A Carreiras é enviada todas as segundas com um tema relevante explicado no seu email. Inscreva-se aqui para receber.


Para assistir

  • "Os Caras do Telemarketing" - série documental de três episódios na HBO Max.

Gravações de um grupo de funcionários de um call center, feitas na virada do milênio, acabam virando um documentário produzido 20 anos depois sobre a história de dois colegas de escritório que desvendaram um golpe milionário na indústria de telemarketing.

Eles eram funcionários da Civic Development Group e eram responsáveis por captar doações para o que acreditavam ser instituições de caridade voltadas a policiais e bombeiros aposentados.

O acesso privilegiado à empresa os tornou detetives amadores, cuja investigação pode ser acompanhada com filmagens da época. Ela acabou resultando em uma multa de US$ 18,8 milhões para a companhia.

Segundo a Justiça, apenas uma pequena parte das doações ia de fato para instituições de caridade, enquanto o resto ia para o bolso dos proprietários da empresa.

Esta série lançada em agosto pelo serviço de streaming da HBO não gerou burburinho, mas "é o melhor documentário do ano", aponta a newsletter de cultura pop do jornal britânico Guardian.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.