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Como inteligência artificial é responsável por 10% do PIB de uma ilha do Caribe

Com 15 mil habitantes, Anguilla arrecadou US$ 32 milhões em 2023 por ser dona do domínio ".ai"

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São Paulo

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O país da 'AI'

No ano passado, a IA (inteligência artificial) foi responsável por uma fatia de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) de um país.

Não estamos falando dos EUA, sede de companhias como OpenAI (dona do ChatGPT) e big techs, nem de nações consideradas como paraísos fiscais, que atraem muitas empresas de tecnologia.

O país nesse caso é Anguilla, uma pequena ilha do Caribe com 15 mil habitantes que é um território ultramarino britânico.

Entenda: ela é dona do domínio ".ai", usado no endereço eletrônico de diversas empresas de inteligência artificial (AI é a sigla em inglês para inteligência artificial).

  • O país arrecadou cerca de US$ 32 milhões (R$ 160 milhões) no ano passado com os leilões de endereços de sites.
  • Cada registro varia de US$ 140 (R$ 700) a milhares de dólares.

"Algumas pessoas chamam isso de sorte inesperada", disse o primeiro-ministro de Anguilla, Ellis Webster, ao New York Times. "Nós apenas chamamos de Deus sorrindo para nós."



Anguilla tem sua atividade econômica dependente do turismo, com suas praias ocupadas por resorts e hotéis. Em 2017, um ciclone tropical devastou a ilha, destruindo na época a infraestrutura de energia elétrica e imóveis no território.

Como o governo anguilano tem aplicado o dinheiro da IA:

  • Tornou gratuitos os serviços de saúde para os cidadãos com 70 anos ou mais;
  • Destinou milhões para finalizar a construção de uma escola;
  • Aumentou o orçamento para atividades esportivas e eventos e para que cidadãos busquem tratamento médico no exterior.

O primeiro ano das estatais federais sob Lula 3

O lucro líquido das principais estatais federais caiu 24% em 2023, no primeiro ano do terceiro governo Lula (PT).

O resultado somado de Petrobras, BB (Banco do Brasil), BNDES, Caixa e Correios foi de R$ 182 bilhões no período.

Em quais o lucro caiu:

Petrobras: o resultado recuou 33% em relação a 2022 (para R$ 124,6 bilhões).

  • A companhia atribuiu a queda à retração das cotações de petróleo em 2023 em relação ao ano anterior, quando a commodity se valorizou por causa da guerra na Ucrânia.

BNDES: baixa anual de 5%, para R$ 11,9 bilhões.

  • A administração afirma que a base de comparação com 2022 foi prejudicada pela venda de ações naquele ano —o que não se repetiu em 2023.

Em quais o lucro cresceu:

BB: alta de 11,3%, para R$ 35,5 bilhões.

  • O banco cita como um dos fatores para a melhora o crescimento das receitas de prestação de serviços —consórcios, seguros e operações de crédito e garantia.

↳ Caixa: alta de 15,5% no resultado, para R$ 10,6 bilhões.

  • A instituição destaca a melhora da margem financeira, com mais receitas nas operações de crédito, e o controle da inadimplência –com a queda de juros a partir do meio do ano.

Os Correios viram o prejuízo diminuir 22% em 2023, para R$ 596 milhões. A companhia teve queda nas despesas e de uma melhora no resultado financeiro, principalmente com menos variações cambiais.

Sim, mas… Os sinais de intervenção do governo na gestão das estatais, demonstrados tanto no ano passado quanto em 2024, são motivo de preocupação para investidores.

  • Neste ano, uma ordem que veio do governo para restringir a distribuição de dividendos extraordinários da Petrobras tirou R$ 50 bilhões de valor de mercado da companhia em um dia.

Startup da Semana: Arquiteto de Bolso

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2016 –na época como um trailer que funcionava como uma espécie de escritório móvel–, ela atua na conexão entre consumidores e arquitetos e designers de interiores.

Em números: a startup anunciou ter recebido um aporte de R$ 15 milhões.

  • A captação se soma a outros R$ 5 milhões de rodadas anteriores.

Quem investiu: o fundo Headline XP, formado por clientes da corretora e pela gestora global de venture capital Headline.

Que problema resolve: a plataforma trabalha para tornar escalável –e, portanto, mais acessível– um serviço conhecido por ser individualizado.

  • Para isso, oferece um modelo de consultoria online que dura duas horas para cada cômodo de até 20 metros quadrados.
  • Ela disponibiliza ferramentas que fornecem visualização em 3D ou Tour 360º do ambiente pronto, além de uma planta 2D e uma lista de produtos com quantidades e precificação.

Por que é destaque: para indicar o potencial do mercado em que atua, a Arquiteto de Bolso cita o dado de que 90% das reformas no país não são acompanhadas por um profissional de design de interiores.

As duas fazem parte do setor conhecido como construtech (startups relacionadas à construção civil).

Essa rodada da Arquiteto de Bolso representa 62% do total captado pelo segmento no ano passado. Foram investidos US$ 4,8 milhões (R$ 24 milhões) em startups desse nicho no país em 2023, segundo levantamento da plataforma de dados Sling Hub.


Sites do comércio de luxo estão ameaçados

Farfetch, MatchesFashion, e Net-a-Porter, sites do varejo de moda de luxo, acompanharam a rápida expansão de dois mercados durante a pandemia: o das vendas online e o do mercado de luxo.

Agora, as três varejistas de moda multimarcas passam por sérios problemas.

↳ A Farfetch se salvou da falência no fim do ano passado graças a uma aquisição pelo grupo sul-coreano Coupang e um empréstimo de US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões).

  • A loja que ficou famosa como uma curadora de marcas independentes chegou a ser avaliada em US$ 40 bilhões (R$ 200 bilhões) no seu auge, em 2021.

↳ A MatchesFashion, conhecida por operar no mundo todo –entregava em 150 países além do Reino Unido– entrou em administração (o termo britânico para um processo semelhante à recuperação judicial no Brasil).

↳ A Yoox Net-a-Porter esteve prestes a ser vendida para a Farfetch no ano passado, mas o negócio não foi adiante. Ela pertence à Richemont, que segue procurando um comprador para o ativo e o considerou como "operações descontinuadas" em seu balanço.

O que explica a derrocada das lojas independentes do mercado de luxo:

Competição acirrada: o sucesso das lojas multimarcas no universo online atraiu a atenção e o orçamento das gigantes do setor.

  • Para bater de frente com elas, os sites independentes tiveram que investir pesado em descontos, frete grátis e logística para atender todos os pedidos com agilidade.

Ressaca da pandemia: o mercado começou a virar no meio de 2022, com a alta dos juros nos EUA, e os investidores cortaram boa parte do financiamento para operações que não davam lucro.

Mudança de foco: especialistas ouvidos pelo New York Times afirmam que as plataformas cometerem um erro de cálculo quando deixaram de lado a curadoria de marcas independentes para querer vender de tudo um pouco.

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