Telegram muda informações sobre moderação de conteúdo após prisão de CEO

Acusada de facilitar disseminação de conteúdo criminoso, empresa remove afirmação de que não processava pedidos relacionados a chats privados

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São Paulo

O Telegram atualizou informações em sua página sobre a moderação de conteúdo em conversas privadas, após a prisão do fundador e CEO Pavel Durov na França.

A empresa removeu da página de perguntas frequentes em inglês a afirmação de que não processava pedidos relacionados a chats privados.

Até quinta-feira (5), a resposta para a pergunta "há conteúdo ilegal no Telegram, como faço para retirá-lo?" era: "Todos os bate-papos do Telegram e bate-papos em grupo são privados entre seus participantes. Não processamos nenhuma solicitação relacionada a eles".

O texto foi substituído por: "Todos os aplicativos do Telegram têm botões 'Denunciar' que permitem sinalizar conteúdo ilegal para nossos moderadores —com apenas alguns toques".

CEO do Telegram, Pavel Durov, durante apresentação em feira de celulares em Barcelona, na Espanha - Albert Gea - 23.fev.2016/Reuters

A informação foi divulgada pelos sites The Verge e Tech Crunch e confirmada pela Folha.

Ao portal The Verge, o porta-voz do Telegram, Remi Vaughn, disse que, no Telegram, sempre foi possível denunciar mensagens de qualquer grupo aos moderadores" e que "as conversas privadas continuam privadas, embora sempre tenha sido possível denunciar um novo chat recebido aos moderadores usando a opção Bloquear > Denunciar".

"Qualquer pessoa pode verificar o código-fonte aberto do Telegram e constatar que não houve mudanças. A alteração no FAQ apenas tornou mais claro como denunciar conteúdo no Telegram, inclusive via DSA (Lei de Serviços Digitais da UE). O texto removido nunca esteve relacionado à denúncia de conteúdo."

A alteração não foi refletida na versão em português do site. Procurado, o Telegram não respondeu se a mudança será global até a publicação desta reportagem.

A troca ocorre quase duas semanas após Durov ser detido por autoridades francesas, que o acusaram de permitir a disseminação de material de abuso sexual infantil e tráfico de drogas na plataforma.

Em seu primeiro pronunciamento desde a prisão, nesta quinta-feira (5), Durov admitiu que o crescimento do Telegram para 950 milhões de usuários trouxe "dores" que facilitaram o abuso da plataforma por criminosos.

Ele afirmou ter como "objetivo pessoal" melhorar significativamente essa questão e que a França fez uma "abordagem equivocada" ao acusá-lo de crimes de terceiros na plataforma.

"As alegações em alguns meios de comunicação de que o Telegram é uma espécie de paraíso anárquico são absolutamente falsas. Removemos milhões de postagens e canais prejudiciais todos os dias", diz.

Veja diferença de explicações do Telegram

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Telegram sinaliza, em inglês, que vai começar a moderar conteúdo
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