Brasileiros cruzam fronteiras para correr maratonas de até 90 km ao redor do mundo
Em 3h42 o administrador Celso Ribas, 61, foi e voltou de leste a oeste em Paris: desceu a avenida Champs-Elysées, passou pelo museu do Louvre, cruzou o bosque de Vincennes, margeou o rio Sena, viu a torre Eiffel, entrou no bosque de Boulogne e retornou ao Arco do Triunfo.
Não a bordo de um ônibus de city tour, mas correndo.
Ribas é só um dos milhares de brasileiros que empreendem viagens para disputar grandes corridas de rua. Só da maratona de Paris, neste ano, participaram 497 brasileiros. Na de Amsterdã, 632 -há cinco anos, eram 90.
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Na prova Paris-Versailles, de 16 km (um a mais que a São Silvestre), só não há mais brasileiros do que franceses; os 307 corredores do país neste ano (59 em 2010) formaram um grupo maior até que o de belgas, vizinhos da França.
"Quem corre uma maratona, especialmente pela primeira vez, quer uma prova de trajeto plano, com temperatura amena e estrutura confiável -o que poucas provas no Brasil têm", diz Marcos Paulo Reis, dono da assessoria esportiva MPR, uma das principais de corrida.
Por isso, a maratona de Chicago, uma das mais planas, viu o número de brasileiros subir de 291 em 2009 para 567 neste ano; em Berlim, passamos de 414 para 600 no mesmo período.
Mas não são apenas provas de rua que têm visto um aumento do verde e amarelo em suas fileiras de participantes.
"Com o amadurecimento das corridas, em que o desafio move as pessoas, outras modalidades também têm atraído atletas -aquelas em que o tempo importa menos", diz Mário Sérgio Silva, da assessoria esportiva Run&Fun.
São corridas que cruzam montanhas, feitas sob temperaturas próximas a 0°C ou que se estendem por 90 km. Duas provas disputadas no frio da Patagônia argentina exemplificam isso.
Na Patagonia Run, não havia brasileiros na primeira edição, em 2010; neste ano, eram 589 -número inferior apenas ao de argentinos; a Meia Maratona do Glaciar, em El Calafate, viu o volume de brasileiros mais do que dobrar entre 2012 e 2013: de 42 para mais de cem pessoas.
A Two Oceans, misto de corrida de aventura, meia maratona (21 km) e ultramaratona (56 km) na África do Sul, viu a presença de brasileiros crescer de um, em 2005, para 195 neste ano. No mesmo país, a ultramaratona Comrades teve 44 brasileiros há cinco anos; em 2013, foram 132.
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MANUAL DO 'MARATURISTA'
PRÉ-VIAGEM
- Dedicação aos treinos é fundamental: maratona não é para qualquer um
- Estudar bem as características da prova, como trajeto e clima (temperatura e umidade) pode ajudar a escolher seu destino
- Atenção à inscrição: poucas agências a incluem no pacote; maratonas como as de Nova York e de Londres têm inscrição disputada, feita por sorteio
- Mas agências podem programar jantares, traslados e massagens
- Leve o calçado na bagagem de mão, para não perdê-lo se a bagagem se extraviar -é essencial usar tênis amaciado
NO DESTINO E NA PROVA
- Chegue uns dias antes da prova, para se habituar ao clima e ao fuso horário; muita antecedência atrapalha, é preciso preservar o corpo
- Mantenha a disciplina à mesa e evite tomar álcool
- Antes da prova, prefira passeios que não exijam caminhadas longas e descanse bastante
- Visite a feira da prova para retirar o kit e tirar dúvidas
- Programe-se para o dia da prova: em maratonas como as de NY e Disney, é preciso pegar uma van até o ponto de largada
- Tome café da manhã duas horas antes da prova; evite alimentos que não tem hábito de comer
PÓS-MARATONA
- O desgaste de uma maratona é natural; no dia após a prova você não terá tanta energia
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editoria de Arte / Folhapress | ||
Livraria da Folha
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