Descrição de chapéu Itália

Visitantes põem a mão na massa no parque gastronômico da Eataly, na Itália

Pavilhão temático da marca, em Bolonha, concentra restaurantes, cursos e, como em SP, muita fila

Chico Felitti
Bolonha

Um figo obeso de nome Fico está para o coração da Itália assim como Mickey Mouse está para o sul da Flórida. É um boneco de pelúcia gigante da fruta-mascote que recebe os visitantes no Fico World Eataly, espécie de parque temático de comida aberto pela marca de gastronomia nos arredores de Bolonha, no fim do ano passado.

O galpão de 100 mil metros quadrados é maior do que o sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio. É grande o suficiente para oferecer triciclos com cestinhas para os visitantes que lá entram de graça.
 “O dono da bicicleta número 23, favor parar no caixa”, diz a voz do alto-falante na tarde que a Folha visitou o lugar.

Assim como num parque de diversão, a Eatalylândia se divide em setores. Há o canto da muçarela, o corredor do azeite e o principado dos doces. Tudo ali é feito por produtores italianos, e está à venda para comer na hora ou para levar para casa. Fico é sigla de Fabbrica Italiana Contadina (Fábrica de Agricultores Italiana).

O bar de mortadela parece ter sido arrancado de um quadro surrealista. As paredes são rosadas, com pedaços brancos que imitam a gordura da comida-tema. Há sushi de mortadela (um naco do embutido sobre um montinho de arroz japonês), patê de mortadela, mortadela com burrata.

O restaurante de vinhos tem uma parede de lousa com os rótulos que são oferecidos por taça (o preço vai de € 4, ou R$ 17, a dez vezes isso). Para o paladar menos instruído, escolher é como jogar bingo.

Além de se refestelar com a comida, outra alternativa é colocar a mão na massa, com cursos de culinária que duram uma hora e custam € 20 (R$ 85) cada um. Pode-se aprender a fazer “gelato”, ravióli ou pizza.

“Foi divertido. Mas acho que não vou conseguir fazer de novo em casa”, disse a administradora brasileira Susana Vechi, após uma aula de espaguete.

Há ainda meia dúzia de “carrosséis educacionais”. As atrações, que cobram € 2 (R$ 8,50) de ingresso cada, são um misto de exposição com cinema, bem ao estilo Disney. O do fogo, por exemplo, explica com hologramas a importância da chama na criação da gastronomia e no desenvolvimento do homem. Havia mais procura pelo palanque de selfies que fica na torre da entrada.

Tampouco falta na matriz uma das atrações da filial paulistana do Eataly, no Itaim-Bibi: filas. No dia da visita, o restaurante de frutos do mar, Il Mare de Guido, dos chefs Gianluca e Giampaolo Raschi, tinha uma hora de espera.

Como num parque de Orlando, é impossível ir a todas as atrações em um só dia. O visitante prudente pode pegar um mapa na entrada e traçar a sua rota gastronômica.

As portas do Fico World se abrem às 10h e se fecham à meia-noite —mas a maioria dos restaurantes segue o horário italiano, funcionam das 12h e as 15h e após as 19h.

Há uma diferença entre a Disney e o Fico: em vez de terminar numa loja, como a maioria das atrações de parque de diversões, o mundo mágico do Eataly acaba numa fila de caixas registradoras.

 
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