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Dupla explora o topo de montanhas de bicicleta

Ciclista é fotografado por amigo pedalando no cume de morros pelo Brasil

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São Paulo

A dupla formada pelo fotógrafo Adilson Martins, 40, e pelo ciclista e montanhista Felipe Matias, 38, explora trilhas dos picos mais elevados do país de um jeito pouco comum: sobre duas rodas.

Desde 2017, os dois tocam o projeto Sem Rota, que testa esses percursos para a prática de mountain bike.

Segundo Matias, ainda há poucas rotas estruturadas para praticantes de mountain bike no Brasil. "Na Europa, há travessias de montanhas famosas para a modalidade. Esperamos chamar atenção para a prática por aqui também", justifica.

Até hoje, a dupla fez duas viagens. A primeira foi pela serra Fina, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. "Não estávamos preparados para passar a noite, então fizemos o passeio em cerca de oito horas", explica Martins. Nesse dia, caminharam até o pico Quartzito (a cerca de 2.020 metros de altitude).

Já a segunda foi até o pico dos Marins, na serra da Mantiqueira (SP), com 2.420 metros, onde foram preparados para chegar ao topo e também acampar por uma noite.

Nessas viagens, o fotógrafo ia a pé, carregando o seu equipamento e mantimentos, e o atleta à frente, ora empurrando a bicicleta, ora pedalando por espaços curtos, de até 30 metros.

Isso porque, como era esperado, os trajetos não eram totalmente adequados à prática. "As trilhas são bastante arenosas, devido ao clima árido e ao desgaste do solo promovido pela passagem de montanhistas", diz Martins.

Tais condições aumentam a chance de perder o controle na descida, explica Matias. Parte dos caminhos eram feitos em zigue-zague, devido aos grandes rochedos na encosta dos morros, ou em inclinação elevada.

O planejamento é feito com antecedência. Como Felipe Matias já conhecia ambos os trajetos, eles não foram acompanhados de guia. 

Também não tiveram restrição quanto ao uso da bicicleta. O ciclista diz que as maiores restrições são em parques nacionais, que ainda restringem a entrada com o equipamento. "Teríamos que pegar autorização diretamente com as administrações dos parques", diz.

Ainda nesse ano, a dupla espera concluir pelo menos mais uma trilha, como até a pedra do Baú ou de São Domingos, ambas na Mantiqueira. O destino final e sonho da dupla é chegar ao monte Roraima, na fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana.

A ideia é transformar o projeto em exposição ou livro, além de uma série de palestras sobre a prática segura das expedições. No momento, os dois buscam patrocinadores e aguardam o resultado de editais para viabilizar o projeto.

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