Veja dicas para não perder o voo na conexão do aeroporto e como aproveitar as escalas

Paradas na viagem podem ser estressantes, mas também oferecem possibilidade de conhecer outros destinos

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São Paulo

Nem sempre é possível fazer um único voo até o destino desejado. As conexões podem ter de ser necessárias por inúmeros motivos, como a distância da viagem, a capacidade das aeronaves ou mesmo a baixa demanda em relação ao destino final.

Companhias aéreas e aeroportos tentam minimizar os atrasos e oferecer tempo adequado nas escalas, mas contratempos não são incomuns.

Por isso, é importante levar em conta alguns fatores ao decidir quanto tempo deixar para uma conexão. Isso inclui tempo necessário para passar pela imigração e pela segurança, o tamanho do aeroporto e a possibilidade de alterações de portão. Além disso, considerar as políticas das companhias aéreas em relação a acomodações em caso de perda de conexão.

Passageiros aguardam embarque - Getty Images

Também é necessário estar atento a fatores imprevisíveis, como condições climáticas adversas ou a necessidade de manutenção da aeronave.

Foi esse o problema enfrentado pelo executivo Matheus Gonzaga, que teria de fazer uma viagem a trabalho de São Paulo para Nuremberg, na Alemanha, em maio. Seu voo tinha conexão em Barcelona, mas sofreu um atraso já na origem. Por causa disso, uma viagem que duraria 20 horas acabou se estendendo por quase 30 horas.

"O ar-condicionado do avião não estava funcionando. A gente ficou esperando o conserto por duas horas dentro da aeronave e mais uma hora e meia no aeroporto. Quando chegamos a Barcelona, o nosso avião para Nuremberg já tinha decolado", diz.

Segundo ele, a companhia aérea conseguiu alocar seu grupo de trabalho e os clientes. Mas o executivo teria de passar ainda por Palma de Maiorca, na Espanha, antes de pousar na Alemanha. "Fomos para oeste para depois seguir para leste, ou seja, a gente voltou para trás geograficamente."

O transtorno não parou aí. Quando chegaram a Nuremberg, com nove horas de atraso, Gonzaga e seu grupo descobriram que as bagagens não os seguiram até o destino. "Passamos quatro dias sem as malas. Tivemos que comprar roupas para nós e para os clientes. Foi um desgaste muito grande."

A Anac, Agência Nacional de Aviação Civil, não estabelece determinações específicas para viagens com conexão. À reportagem, a agência afirma que "a regra é a liberdade de oferta" e que "as empresas aéreas têm liberdade para definir os voos que ofertam, inclusive conexões".

Segundo a entidade, se a execução do serviço ocorrer dentro do planejado —ou seja, sem atrasos ou cancelamentos—, a empresa não tem obrigação de oferecer assistências adicionais, como alimentação, ao passageiro.

Por outro lado, caso ocorram atrasos, cancelamentos ou interrupção do serviço, cabe à empresa oferecer assistência ao passageiro, conforme o tempo de espera no aeroporto.

Em esperas a partir de uma hora, o passageiro tem direito à comunicação por internet ou telefone. Em atrasos de mais de duas horas, a companhia já deve oferecer alimentação.

Para esperas de mais de quatro horas, o viajante tem direito a serviço de hospedagem e transporte de ida e volta ao local da hospedagem. Além disso, a empresa deve oferecer reacomodação em outro voo, reembolso integral ou execução do serviço por outra modalidade de transporte (ônibus, por exemplo).

Nem sempre uma conexão longa é um problema. A gestora de projetos Larissa Ferreira, 26, por exemplo, aproveitou esse tempo para conhecer outros destinos que não estavam previstos na viagem inicial.

Quando viajou para Boston, nos Estados Unidos, em 2018, a paulista comprou passagens que saíam do Rio de Janeiro. Ela fez uma viagem de ônibus até o estado vizinho. "Mesmo com os gastos com a passagem de ônibus, valeu a pena, porque o valor ficou bem abaixo do que gastaria partindo da minha cidade", afirma.

A gestora ainda teria mais uma etapa até chegar a Boston: uma conexão de 15 horas em Atlanta. "Conhecia só de série e filmes, não era um destino que eu me imaginava conhecendo", diz. "As malas ficaram no aeroporto e eu não precisei me locomover com elas. Fui conhecer a cidade, o shopping, curti o dia inteiro", conta.

Quando voltou ao Brasil, ela ainda ficou mais alguns dias na capital fluminense. "O Rio se tornou mais um destino em uma viagem que era para os Estados Unidos", diz.

Assim como Larissa Ferreira, a empresária do ramo de turismo Andreza Bernardes vê nas viagens com escalas uma oportunidade. Para ela, antes de escolher esse tipo de voo, só é importante saber bem o que se busca.

"Um voo com conexão não é necessariamente mais barato do que um direto. Se o seu objetivo é conhecer mais de um destino, recomendo a conexão. Se você quer economizar tempo, e existe essa opção, recomendo um voo direto", diz.

É de olho nessa possibilidade que algumas companhias aéreas passaram a oferecer a proposta do stopover, modelo que permite conhecer lugares como Lisboa, Madri, Paris, Doha, Cidade do Panamá e São Paulo.

Nele, o viajante pode esticar a escala que faria em uma cidade, de algumas horas para alguns dias, tendo tempo para conhecer o lugar, geralmente sem taxas adicionais ou por valores baixos. É comum que as empresas permitam a parada extra apenas nas cidades que são suas principais bases ou em seu país de origem.

DICAS PARA EVITAR PERRENGUES NA CONEXÃO:

  • Compre tudo da mesma empresa: escolha passagens com a mesma companhia aérea e um só localizador. Assim, se algum imprevisto provocar a perda do voo, você não terá que arcar com os custos de uma nova passagem.

  • Reserve tempo suficiente: ao comprar sua passagem, certifique-se de haver tempo adequado entre os voos de conexão. Leve em consideração o tamanho do aeroporto e a distância entre os portões de embarque. Se possível, evite conexões muito curtas para ter uma margem de segurança.

  • Evite despachar bagagem: se possível, opte por levar apenas bagagem de mão. Dessa forma, você evita o risco de sua mala ser extraviada ou de atrasos na retirada da esteira.

  • Verifique a política de visto: antes de planejar atividades fora do aeroporto durante uma conexão longa, cheque se é necessário visto para entrar no país. Alguns países permitem que os passageiros em trânsito saiam do aeroporto sem visto por um período específico de tempo, enquanto outros exigem um visto de trânsito.

  • Se tiver tempo, explore: muitos aeroportos oferecem uma variedade de comodidades e serviços para os passageiros. Se a cidade de conexão for interessante, conheça restaurantes e pontos turísticos.

ALGUMAS DAS COMPANHIAS COM STOPOVER:

Air Europa
Onde: Madri

Air France
Onde: Paris

Azul
Onde: São Paulo e Campinas
Mais infos aqui

Copa Airlines
Onde: Cidade do Panamá
Mais infos aqui

Gol
Onde: São Paulo e Campinas
Mais infos aqui

KLM
Onde: Amsterdã

Latam
Onde: São Paulo

Qatar Airways
Onde: Doha
Mais infos aqui

TAP
Onde: Lisboa e Porto
Mais infos aqui

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