PF vai ter que investigar elo de minuta com atos de vandalismo, diz jornalista

Camila Mattoso conversou com colunista Bruno Boghossian sobre minuta encontrada na casa do ex-ministro

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São Paulo

A diretora da sucursal de Brasília, Camila Mattoso, e o colunista Bruno Boghossian conversaram nesta segunda (16), em live da TV Folha, sobre os desdobramentos da minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres que pretendia reverter o resultado da eleição. A transmissão da TV Folha, foi exclusiva para assinantes do jornal.

A Folha revelou na quinta (12) que a Polícia Federal havia encontrado na residência de Torres uma minuta (proposta) de decreto para o então presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O objetivo, segundo o texto, era alterar o resultado da eleição, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor. Tal medida seria inconstitucional.

O colunista Bruno Boghossian e a diretora da sucursal de Brasília, Camila Mattoso, participação de transmissão ao vivo na TV Folha
O colunista Bruno Boghossian e a diretora da sucursal de Brasília, Camila Mattoso, participação de transmissão ao vivo na TV Folha - Reprodução

Apesar de Torres tentar minimizar a gravidade do episódio, o conteúdo do documento em questão é basicamente o mesmo do principal argumento usado pelo núcleo duro do bolsonarismo para tenta deslegitimar a eleição que levou Lula de volta ao Planalto: supostos abusos de poder do ministro do STF Alexandre de Moraes. Por isso, as hipóteses de que Torres e Bolsonaro tenham relação com a minuta não podem ser descartadas, lembram os jornalistas.

Para Mattoso, há uma série de perguntas que as investigações ainda tentarão buscar. A principal delas é sobre um eventual elo entre da minuta com os atos de vandalismo de 8 de janeiro.

"Esse documento foi feito por quem? Foi mais de uma pessoa? O ex-presidente Jair Bolsonaro teve conhecimento? O ex-ministro da Justiça Anderson Torres teve conhecimento? Foi ele quem fez a minuta?", disse. "Qual a relação que um documento desse tem com os episódios que o Brasil viu recentemente?"

Segundo especialistas, o documento representa um indício de que haveria efetivamente um debate sobre caminhos para dar um golpe e pode pesar contra Torres e Bolsonaro.

A diretora da sucursal de Brasília lembrou a sucessão de acontecimento que levantam suspeição sobre Anderson Torres.

Após o fim do governo Bolsonaro, Torres passa a integrar a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal do governo Ibaneis Rocha (MDB). "Ele fica cinco dias [na secretaria] e já viaja para os Estados Unidos –e viaja na véspera do dia do vandalismo [dia 8 de janeiro]", diz a jornalista. "Nesses cinco dias, ele muda quase toda Secretaria de Segurança Pública e tira de lá pessoas que tinham experiência com protestos anteriores. Ele fez isso propositalmente? Por que tão rápido?"

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