A Estação Ecológica de Maracá-Jipioca tem uma das maiores concentrações de onças-pintadas por quilômetro quadrado do planeta. Mas o petróleo pode colocar tudo a perder.
Esta ilha na Amazônia é uma unidade de conservação na costa do Amapá. E uma nova fronteira de extração do combustível fóssil pode se instalar próximo dali.
A região, na foz do rio Amazonas, tem as correntes marítimas mais fortes do Brasil, e ninguém sabe ao certo o tamanho do impacto em caso de vazamento. Se o petróleo chegar até lá, ele atinge não só as onças, mas também o maior corredor contínuo de mangue do mundo e compromete o modo de vida dos povos indígenas e ribeirinhos.
"Se a gente não sabe como funcionam essas correntes de marés, por exemplo, a gente não sabe para onde vai um possível derramamento de óleo, que afetaria praticamente toda a fauna. A gente não tem estudos, não tem embarcação apropriada para a região, a gente não sabe nem que tipo de equipamento a gente pode usar em caso de um derramamento de óleo para proteger esta área", diz Iranildo da Silva Coutinho, chefe da Estação Ecológica de Maracá-Jipioca.
Luene Karipuna, liderança jovem indígena, afirma: "Nesta região na costa amazônica, nós temos a maior floresta de mangues do mundo e uma extensão imensa dos corais amazônicos. Então isso não combina nada com o que tem sido posto sobre exploração de petróleo na foz do Amazonas."
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