Descrição de chapéu Plano Real, 30 folha explica

Vídeo explica como Plano Real teve sucesso no combate à inflação

Moeda brasileira deixou legado de estabilização da economia, mas vitória contra alta dos preços também trouxe perdas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

No dia 1º de julho de 1994, a capa da Folha estampava duas manchetes: Diego Maradona havia sido pego em um exame de doping no meio da Copa do Mundo e, mais abaixo, uma nova moeda, a terceira num período de um ano, começava a circular no Brasil.

Talvez o noticiário da Copa do Mundo tenha ofuscado as manchetes econômicas daquele julho de 1994. Mas a moeda lançada naquele ano mudaria os rumos do Brasil nas décadas seguintes.

-
Folhapress

O Plano Real conseguiu estabilizar a economia e combater a hiperinflação galopante que assolava o país, além de catapultar um de seus criadores, o então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, ao cargo mais alto do executivo federal.

Em 1993, quando FHC assumiu a pasta, a inflação acumulada no Brasil foi de 1.927% ao ano. Na União Europeia, o índice era de 4,85% no mesmo período; nos Estados Unidos, 2,95%; e, na média global, 7,5%.

A elaboração de uma saída para a crise foi feita em três fases. Na primeira, um ajuste fiscal ajustou as contas públicas do país através de políticas de corte de gastos e medidas para turbinar as receitas.

Para aumentar a arrecadação foram feitas alterações no sistema tributário, como o aumento de impostos sobre o lucro líquido de empresas, a criação de um tributo sobre transações financeiras e uma reestruturação das alíquotas cobradas no imposto de renda.

O resultado das medidas foi um aumento das receitas puxado, sobretudo, pela elevação da carga tributária, que subiu de 25% do PIB em 1993 para 28% em 1994.

No final do governo, em 2002, essa taxa chegaria a 32% do PIB, patamar que se manteve mais ou menos estável nos anos seguintes.

Já do lado das despesas, foram implementados cortes de gastos em vários setores do funcionalismo público federal, redução de investimentos e diminuição de repasses a estados e municípios.

Mas as ações foram menos efetivas na contenção das despesas do governo, que subiram de 10,6% do PIB, em 1992, para 13%, em 1995.

Na segunda fase de implementação do plano, a Fazenda criou mecanismos para travar a inflação e, concluídas essas duas etapas, o novo padrão monetário entrou em circulação, dando início a fase final do Plano Real.

Diferente de seus sucessores, o programa foi um sucesso absoluto no combate à inflação, que até hoje segue estável – ao menos em comparação com o período pré 1994. Mas a vitória contra a alta dos preços também veio com algumas perdas.

A elevação da taxa de juros, a redução de investimentos estatais e o aumento dos impostos, por exemplo, estrangularam o poder de compra dos brasileiros. Além disso, o desemprego cresceu no período de implementação da nova moeda, de 6% ao ano em 1994 para quase 10% no final do milênio.

Neste vídeo, a TV Folha explica como o governo operou a engenharia econômica que obteve sucesso no controle inflacionário após uma sequência de planos fracassados.

A produção também discute os desafios enfrentados por FHC e sua equipe de economistas no processo de transição do cruzeiro real para o real e as soluções normativas que até hoje regem a política fiscal, cambial e monetária do Brasil.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.