Explosões no leste da Ucrânia ameaçam cessar-fogo
Uma série de explosões ocorridas na cidade de Mariupol, no leste da Ucrânia, ameaça pôr fim ao cessar-fogo assinado há menos de dois dias pelo governo ucraniano e rebeldes separatistas pró-Rússia.
A Cruz Vermelha afirmou que caminhões de ajuda humanitária que se dirigiam à cidade rebelde Luhanks tiveram de retornar por causa dos bombardeios.
Contudo, no sábado (6), os presidentes da Ucrânia, Petro Poroshenko, e da Rússia, Vladimir Putin, afirmaram que a trégua na região estava "em grande parte, sendo mantida".
O acordo do cessar-fogo foi assinado em meio a negociações entre representantes da Ucrânia, da Rússia da Organização para Segurança e Cooperação da Europa (OCDE) e rebeldes separatistas pró-Rússia. A trégua passou a vigorar na sexta-feira a partir das 12h de Brasília.
Não houve relatos de grandes confrontos no leste do país pelas primeiras 24 horas, mas na noite de sábado (16) a reportagem da BBC ouviu novos bombardeios em Mariupol.
Houve explosões no extremo leste da cidade, próximo a postos de controle do governo e confrontos entre as duas partes envolvidas no conflito, acrescentou o repórter da BBC na região, Fergal Keane.
No entanto, nas primeiras horas de domingo, os bombardeios parecem ter cessado.
Ainda não se sabe qual será o impacto dos bombardeios na manutenção da trégua.
AJUDA HUMANITÁRIA
Cerca de 2.600 pessoas já morreram nos confrontos após rebeldes pró-Rússia terem tomado o controle das regiões de Donestsk e Luhanks, ambas no leste da Ucrânia, em abril –um mês depois da anexação península da Crimeia pela Rússia.
A Rússia vem negando repetidamente as acusações feitas pela Ucrânia e pelo Ocidente de que está enviando tropas à Ucrânia para ajudar os rebeldes.
Poroshenko e Putin falaram por telefone neste sábado e discutiram quais passos vão tomar para consolidar o cessar-fogo.
Os dois líderes também discutiram formas de cooperação para permitir a chegada de ajuda humanitária à região.
Segundo o porta-voz do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, Andriy Lysenko, rebeldes dispararam 10 vezes contra tropas ucranianas desde que a trégua foi firmada.
Relatos ainda não confirmados apontam que militares ucranianos sofreram uma emboscada e foram mortos após o cessar-fogo.
O líder rebelde da autoproclamada República Popular de Donetsk, Aleksandr Zakharchenko, afirmou que a trégua "não estava sendo cumprida" e que rebeldes haviam sido vítimas de bombardeios na cidade de Amvrosiyivka, perto de Donetsk.
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