Nasa adia lançamento da cápsula Orion para sexta-feira
A Nasa decidiu adiar até sexta-feira o lançamento de sua cápsula Orion devido a rajadas de vento e a problemas com o foguete Delta IV.
A nova janela de lançamento deve acontecer na manhã de sexta-feira, às 07h05 local (10h05 de Brasília).
A cápsula Orion representa um investimento de bilhões de dólares e tem o objetivo de preparar o retorno dos Estados Unidos às viagens espaciais tripuladas, interrompida em 1972, quando a última espaçonave Apollo retornou da Lua.
Após o seu lançamento da base de Cabo Canaveral, na Flórida (sudeste), a bordo do poderoso foguete Delta IV, a nave não tripulada deve dar duas voltas ao redor da Terra e alcançar 5.800 quilômetros de altitude.
Isto é 15 vezes mais distante que o ponto onde a Estação Espacial Internacional (ISS) está na órbita da Terra.
Quatro ou cinco horas depois, a cápsula voltará, mergulhando no oceano Pacífico.
NASA/AFP | ||
Foto divulgada pela Nasa mostra a cápsula Órion na base de lançamento em Cabo Canaveral, na Flórida |
FAMILIARIDADE
A Órion é uma versão maior e mais sofisticada das antigas naves que levaram à conquista da Lua na década de 1960, com capacidade para quatro astronautas (as Apollos só levavam três).
O veículo lançador que fará isso no futuro ainda não está pronto. Chamado de SLS (Space Launch System), ele será o equivalente moderno do Saturn V. Mas seu primeiro voo só deve acontecer em 2017, e projeções recentes dão conta de que a missão pode escapar para 2018.
Por conta disso, a Nasa não antecipa que algum astronauta americano vá deixar a segurança das órbitas terrestres baixas rumo ao espaço profundo antes de 2021.
A questão é: para onde eles vão?
PLANOS EM MOVIMENTO
Originalmente, a Órion havia sido concebida para que a Nasa retomasse missões tripuladas ao solo lunar.
Esse plano havia sido apresentado pelo então presidente George W. Bush, em resposta à comissão de investigação do acidente com o ônibus espacial Columbia, ocorrido em 2003.
Com a chegada de Barack Obama à Casa Branca, um comitê foi encarregado de revisar o andamento do programa tripulado, e ficou claro que a iniciativa não tinha os fundos necessários.
De início, Obama quis cancelar tudo, mas o Congresso impediu a degola e manteve algumas peças-chave, como a Órion e o foguete de alta capacidade.
O presidente americano, por sua vez, redirecionou a estratégia de longo prazo. Em vez de um retorno tripulado à Lua, estipulou que o objetivo de ínterim deveria ser a visita a um asteroide, e a meta final, uma viagem a Marte.
Ainda não há nada além de um esboço de como isso iria acontecer. Tampouco cronograma. No máximo, fala-se no fim da década de 2030.
Congresso e comunidade científica também se dividem sobre o mérito da missão ao asteroide. Não é impossível que uma nova mudança de humor leve a reformulações no futuro. Seja qual for o destino, aos trancos e barrancos, os EUA começam agora a reconstruir a infraestrutura tecnológicas para a exploração do espaço profundo.
Não por acaso, a China está prestes a fazer movimento similar. Apesar de seu programa espacial ser largamente secreto, eles não escondem o desejo de empreender viagens à Lua na próxima década.
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