Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
O estado da economia americana
O acordo alcançado nos EUA, entre republicanos e democratas, significa que, por ora, a questão do orçamento provisório e do teto da dívida está resolvida.
Em janeiro e fevereiro do ano que vem, no entanto, é certo que o tema será retomado com força total e que, novamente poderádeixar um ranço de insegurança entre investidores e instaurar um clima de instabilidade novamente nos mercados financeiros ao redor do globo.
Qual o impacto disso para o cenário de curto e médio prazo? Além do estrago na confiança e do aumento da incerteza em relação ao papel dos EUA de estabilizadores do sistema e emissores de moeda reserva,é possível destacarque o novo ambiente de política fiscal contracionista veio para ficar.
Um dos principais resultados dessas infindáveis brigasentre republicanos e democratas é que o gasto fiscal tem caído. Os republicanos conseguiram fazer um ajuste fiscal na marra, com sequestros, chantagens e outros expedientes.
O FED (Federal Reserve)responde com política monetária expansionista e é nesta linha que deve continuar. Esse fenômeno é conhecido como "fiscal drag" e que deve se agravar ainda mais em janeiro próximo
O último diagnóstico do livro bege aponta para um crescimento de modesto a moderado na economia americana. As preocupações com o mercado de trabalho permanecem e os últimos dados do mercado imobiliário não são animadores. Nesse cenário, o choque de juros americanos ficam para próxima e a os governantes optam pela manutenção de estímulos e política fiscal contracionista. Com isso, volta a pressão para a apreciação das moedas emergentes, do Brasil inclusive.
Assim, fica mais fácil controlar a inflação por aqui e provavelmente o BC e Fazenda poderão mudar alguma coisa na política cambial para evitar um câmbio perto dos R$2,10 no curto prazo.
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Glossário Beige Book - O "Livro Bege" é um relatório publicado oito vezes ao ano pelo FED* que indica o estado da economia do país. A informação apresentada é baseada em dados, pesquisas e entrevistas.
Artigo em parceria com Paulo Gala, estrategista da Fator Corretora e professor da EESP/FGV
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