Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
O lado mais fraco
Investidores da OGX devem ser os maiores prejudicados em função da profunda crise pela qual passa a petroleira controlada por Eike Batista. Mesmo que a recuperação judicial não seja aprovada, os acionistas automaticamente irão para a última linha de pagamento. Supostamente vão receber o saldo somente após o pagamento da longa lista de credores, que viria na sequência do acerto com funcionários e a prévia quitação de impostos.
Vale lembrar que, mesmo hoje, antes de um possível processo de recuperação, os ativos já estão extremamente desvalorizados. E é justamente da liquidação dos ativos que viria o dinheiro para a quitação da dívida.
Ao pequeno investidor, que não tinha participação nas decisões da OGX e tampouco o patrimônio semelhante ao de Eike, resta apenas esperar, porém sem criar grandes expectativas, é preciso dizer.
Ao que tudo indica, a empresa não tem condições de se recuperar e somente uma intervenção do governo poderia mudar o rumo da história, o que tende a não acontecer. Os papeis da OGX, que ultrapassaram R$ 20, na última terça-feira alcançaram uma baixa recorde de R$ 0,23.
Desde 2011, a OGX apresenta quedas sucessivas, o que se agravou com informações sobre operações superestimadas.
No mês passado, sentindo que a corda arrebentaria para o lado mais fraco, acionistas minoritários anunciaram que estão preparando uma ação judicial contra Eike e a OGX. A ideia é apelar à Justiça para tentar recuperar as perdas com investimentos em papéis da companhia.
Artigo em parceria com a jornalista Adriana Matiuzo
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