Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Consciência Negra: a discrepância continua
Uma publicação de 5 de novembro de 2013 do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e da Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) revela que as desigualdades, ainda que lentamente, têm se reduzido nos últimos anos.
A diferença entre as taxas de desemprego da região metropolitana de São Paulo em 2012 foi a menor desde o início da série histórica.
No ano passado, estavam desempregados 10% da PEA (população economicamente ativa) de não negros; entre os negros, a taxa era de 12,4%. Em 2003, por exemplo, a diferença era de 6,9 pontos percentuais. Ou seja, ainda que a discrepância entre negros e brancos continue no que diz respeito a emprego, há sinais de que ela tem se reduzido.
Em termos salariais, entretanto, a discrepância continua grande. Os negros ganham, em média, 63,2% do que ganham os não negros. Ou seja, enquanto negros com ensino médio ganham cerca de R$ 7,3 por hora, os não-negros ganham, em média, R$ 11,56.
Para aqueles que têm ensino superior, o salário de não-negros foi de cerca de R$ 29,03, enquanto o de negros na mesma condição foi de R$ 17,39.
Essa diferença acentuada pode ser resultado de distintas qualificações de trabalhos, já que, com o preconceito, a ascensão de negros a trabalhos mais qualificados, que oferecem maior remuneração, fica dificultada. A porcentagem de negros que ocupam cargos gerenciais é de aproximadamente 5,7%, ante 18,1% dos não negros.
Post em parceria com Giovana Carvalho, graduanda em economia na EESP-FGV.
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