Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Mundo Econômico - 1º de dezembro
A ausência de negócios nos EUA na quinta-feira abriu espaço para que os mercados brasileiros repercutissem de forma ainda mais consistente o noticiário local.
O destaque foram os juros futuros, que tiveram firme queda na BM&F um dia após interpretações de que o Banco Central adotou um tom menos inclinado a aperto monetário ao comunicar na quarta-feira a noite a decisão de elevar a Selic em 0,50 ponto percentual, para 10% ao ano.
No comunicado, a autoridade monetária citou o fato de o ciclo de alta ter sido iniciado em abril. Além disso, o Copom deu a entender que há uma menor preocupação com a dinâmica inflacionária. Isto levou o mercado a considerar que o BC pode já em janeiro reduzir o ritmo de alta da Selic, para aumentos de 25 bps, preparando o terreno para encerrar o ciclo nos meses seguintes.
Nos Estados Unidos, os Mercados fecharam mais cedo por conta do o Dia de Ação de Graças, o que reduziu o volume de negócios. Como, além disso, a agenda americana não trouxe indicadores relevantes, as cotações seguiram a sexta-feira no embalo do início da semana.
A Dow Jones e a S&P, apesar de fecharem o dia em leve queda, encerraram a última semana de novembro em alta de 0,19% e 013%.
O resultado das bolsas de Nova York nesta semana de Ação de Graças foram ajudadas também por uma série de notícias advindas da Europa. Dentre as principais, estão o leve recuo da taxa de desemprego da zona do euro; a mudança de perspectiva da agência de classificação de risco Standard & Poor's sobre a Espanha de negativa para estável e a diminuição dos temores de deflação na região devido a divulgação de dados de alguns países europeus.
No mercado brasileiro, o Ibovespa teve um último pregão de novembro de alta. O ganho do dia foi de 1,23%, para 52.482 pontos. A Petrobras seguiu impulsionando os negócios e, enquanto o mercado esperava o aumento da gasolina, as ações PN subiram 2,46% e as ON ganharam 3,32. Apesar da alta de sexta-feira, depois de quatro meses de alta, o índice fecha o mês em queda de 3,27%.
Notícias sobre o superávit primário do governo também movimentaram o mercado na sexta-feira. O setor público não financeiro brasileiro registrou um superávit primário de R$ 6,188 bilhões em outubro. Tal resultado é o pior para meses de outubro desde o começo da série iniciada em dezembro de 2001. Todavia, mostra recuperação depois de um déficit primário de cerca de 9 bilhões de reais em setembro. Ainda assim, o dólar ganhou força frente ao real depois desta divulgação e o dólar fechou em R$ 2,3370.
Ainda na sexta-feira, o conselho de administração da Petrobras divulgou que entraria em vigor à meia noite do sábado, 30, a nova metodologia para os preços do diesel e da gasolina. A estatal vai reajustar a gasolina em 4% e o diesel em 8% nas refinarias. O Centro Brasileiro de Infraestrutura estima que tais reajustes terão um impacto nas bombas dos postos de 2% a 3% para a gasolina e de 4% a 5% no diesel.
Na primeira semana de dezembro, será divulgado o PIB brasileiro do terceiro trimestre. Espera-se que este apresente um resultado pior que o do trimestre anterior, quando cresceu 1,5%. Além disso, haverá a divulgação da Ata da Reunião do copom desta semana e, na sexta-feira, do o resultado do IPCA de novembro. É esperado um leve aumento em relação a outubro, quando apontou um aumento de 0,57% no nível de preços.
Post em Parceria com Helena Passeri, graduanda em Economia pela FGV-EESP e Consultora da Consultoria Júnior em Economia (CJE) (http://cjefgv.webs.com/) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa
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