Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Vale resgatar dinheiro de fundo DI e aplicar na poupança?
Para saber o ganho efetivamente obtido em um fundo DI, é preciso descontar o Imposto de Renda da rentabilidade divulgada. Isso porque esse valor já é líquido de taxa de administração, abatida diretamente da cota, mas não do IR.
A alíquota de IR varia conforme o prazo da aplicação. Para resgates em até 180 dias, é de 22,5%. Entre 181 e 360 dias, 20%. De 361 a 720 dias, 17,5%. Para mais de 720 dias, a alíquota é de 15%.
Para verificar as vantagens e desvantagens de aplicar o dinheiro na poupança ou no fundo DI, devemos comparar a rentabilidade oferecida por essas modalidades, já descontado o IR, com a de outras alternativas.
Adotaremos os seguintes parâmetros: TR (Taxa Referencial) de 0,03% ao mês, Selic (juro básico) de 11% ao ano, CDI (taxa média de juros dos empréstimos entre bancos) anual de 10,5%, CDB (Certificado de Depósito Bancário) pagando 95% do CDI, e LCI (Letra de Crédito Imobiliário) ou LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) de 85% do CDI.
Para o fundo DI, vamos considerar rendimento de 92,94% do CDI e taxa de administração de 1% ao ano. O horizonte de investimento comparado é de dois anos.
Nessas condições, o fundo DI tem rentabilidade líquida (já descontados taxas e IR) de 7,59% ao ano (ou 0,67% ao mês), maior que a da poupança, de 6,55% ao ano (0,53% ao mês).
Mas ela fica abaixo da de outras opções de baixo risco, como o Tesouro Direto (pela LFT -Letra Financeira do Tesouro) e as das letras de crédito (LCI e LCA).
Considerando isenção de taxa de administração para títulos do Tesouro Direto (como praticam algumas corretoras) e taxa de custódia de 0,30%, obtemos retornos líquidos de 9,11% ao ano (0,73% mensais) em aplicações no Tesouro e de 8,86% (0,71% ao mês) com o investimento em letras de crédito.
Vale ainda entender os riscos envolvidos nos fundos DI, que investem pelo menos 95% da carteira em títulos e operações que acompanham as variações do CDI e da Selic.
Por essa característica, estão sujeitos a oscilações nos valores das taxas e ao risco de crédito das aplicações.
Ou seja, um fundo DI referenciado -como é o caso do produto em que você investe, de acordo com sua pergunta completa- pode ter retorno e risco altos ou baixos, dependendo da qualidade do crédito dos emissores dos papéis em que o gestor alocou os recursos.
Se os títulos forem de alto risco, tenderão a render mais. Com risco menor, renderão menos.
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade