Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Mundo Econômico
PANORAMA MUNDO
Devido ao feriado, a semana que passou trouxe poucas novidades para o mercado. O dado semanal de pedidos de seguro-desemprego dos EUA subiu em 2.000 pessoas, o que foi muito abaixo do esperado por analistas.
Entretanto, a presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Janet Yellen, disse em discurso que acredita que a economia americana ainda está longe das metas de desemprego e inflação adotadas pelo Fed e que quanto maior for o tempo para que esses valores convirjam, maior será o período de juros próximos a zero.
Apesar disso, em se tratando de atividade econômica, as coisas vão bem nos EUA. Segundo Livro Bege do Fed, que analisa mensalmente o cenário econômico americano, houve expansão "modesta a moderada" na maioria das regiões avaliadas.
Nas Bolsas americanas, os fatores de impacto continuam sendo os balanços corporativos e o volume das movimentações foi baixo nos últimos dias, mas a direção dos índices foi positiva. O S&P 500 ganhou 2,7% na semana e ontem fechou o quinto dia consecutivo de alta.
Também na Europa, os balanços das empresas foram decisivos, porém o dado de emprego americano, a fala de Yellen e a continuidade das incertezas na Ucrânia contribuíram fortemente para o tom dos negócios. Na semana, o índice pan-europeu Stoxx 600 teve leve queda.
Além da Ucrânia e de todo o impasse com relação às sanções a serem impostas à Rússia, a principal preocupação continua sendo a inflação baixa. Os índices de preços de todos os países da União Europeia subiram em ritmo lento no acumulado de 12 meses em março. Os números aumentam cada vez mais a necessidade de novos estímulos por parte do Banco Central Europeu.
Na China, grandes estímulos na economia ainda não são tão necessários, porém o crescimento de 7,4% do PIB no primeiro trimestre, mesmo que acima das expectativas, cria pressão sobre os governantes do país por ser a menor taxa em um ano e meio.
A principal dúvida no momento é saber se as autoridades buscarão medidas estruturais para aumentar o consumo interno aceitando um crescimento mais moderado, ou continuarão a estimular a economia e trazendo resultados robustos de PIB no curto prazo. Diante deste cenário, os índices chineses tiveram queda, com o Xangai Composto caindo mais de 1,5% no pregão de ontem.
Olhando para frente, PMIs da Alemanha e zona do euro, vendas do verejo na Inglaterra, e venda de casas novas nos EUA serão divulgados.
PANORAMA BRASIL
Mais uma vez, pesquisas eleitorais impulsionaram a Bolsa brasileira, e o Ibovespa bateu os 52 mil pontos, com alta de 1,78% na quinta-feira, último pregão devido ao feriado. As estatais foram beneficiadas pela impopularidade de Dilma e foram as responsáveis por grande parte dos ganhos.
Os rumores eleitorais e o acordo entre EUA, Rússia e União Europeia para diminuir as tensões na Ucrânia fizeram com que o dólar fechasse em queda na quinta, porém a variação semanal foi positiva em 0,68%.
A cotação atual é de R$ 2,326 e a moeda perdeu 5,13% no ano, principalmente pela atratividade dos investimentos locais que têm gerado fortes fluxos de capital para o país.
O índice de preço IPCA-15 apresentou alta comportada e ficou abaixo do esperado. O presidente do BC, Alexandre Tombini, acredita que a inflação pode diminuir nos próximos meses, pois a alta na taxa de juros tem efeito defasado sobre a inflação. Os juros futuros caíram reagindo a essa expectativa e ao possível fim do ciclo de aperto monetário.
Na próxima segunda-feira, haverá a divulgação do indicador de conta-corrente e o índice de confiança do consumidor.
Post em Parceria com Gerson Sordi, graduando em economia pela FGV-EESP e consultor da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV (http://cjefgv.webs.com/), em nome da área de pesquisa da empresa
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