Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Como funciona o investimento tipo Forex?
L.P.B.G., de São Paulo (SP)
O investimento Forex ("foreign exchange") consiste em uma operação dupla, na qual se negocia a relação monetária de troca entre duas moedas de diferentes países.
Simultaneamente, uma moeda é comprada e outra é vendida, mas nenhuma delas é fisicamente adquirida pelo investidor. Como remuneração, obtém-se a diferença entre as valorizações do par selecionado.
O lucro nesse tipo de investimento está diretamente relacionado à variação das cotações internacionais das moedas, sendo possível obter retornos altos ou prejuízos catastróficos dependendo da estratégia adotada e da flutuação das moedas em razão de movimentos políticos ou econômicos.
Para participar, no entanto, o pequeno investidor precisa estar vinculado a alguma instituição financeira que realize operações com Forex, como grandes bancos, multinacionais, corretoras financeiras e governos, que negociam livremente a relação entre moedas.
Pela grande oscilação de preços das moedas, e a consequente possibilidade de ganhar muito, a modalidade pode parecer bem atraente.
Há, no entanto, diversos riscos envolvidos, principalmente no Brasil, onde não há corretoras autorizadas a comercializar Forex pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Esses riscos estão relacionados à inexistência de uma sede física que concentre as operações do mercado.
Além de permitir uma grande variedade de cotações, a ausência de uma instituição centralizadora abre espaço para que sejam praticados golpes contra investidores.
Como no Brasil todas as transações desse tipo acabam ocorrendo na informalidade, o investidor pode não receber os rendimentos provenientes de sua aplicação e, nesse caso, não terá a quem recorrer.
É possível e legal abrir uma conta nos EUA para negociar Forex. Ainda assim, essa pode não ser uma modalidade de investimento interessante, dados o alto risco e a ausência de garantias de ganhos para o longo prazo.
Há diversas opções no mercado nacional que apresentam risco reduzido e podem oferecer boa rentabilidade, como Tesouro Direto e letras de crédito.
Vale destacar que, na renda variável, os ativos da Bovespa estão retomando a valorização e apresentando reversão nas expectativas de fuga de capital existentes até o ano passado, graças à baixa da atividade nos EUA.
SAMY DANA é professor de economia da FGV e escreve às segundas-feiras neste espaço. Fale com o Samy:
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