Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Qual a melhor aplicação para gerar renda extra a partir de R$ 60 mil?
Primeiramente, é importante destacar que o melhor negócio é aquele no qual você já está inserido e tem experiência. Um médico poderá ampliar sua renda se investir em si mesmo ou em um consultório, assim como um mecânico gerará maior retorno se abrir uma oficina.
Esse raciocínio também é válido quando se trata de investimentos imobiliários, sobre os quais você questiona em sua pergunta completa: especialistas desse mercado, que se dedicam integralmente à observação das oscilações de preços de imóveis, poderão encontrar boas oportunidades nos raros momentos em que elas surgem, enquanto um trabalhador de outro setor, que aplica sua renda em imóveis como forma secundária de rendimento, não enxergará com tanta facilidade os momentos mais vantajosos.
Em tempos atuais, com a queda no valor dos imóveis, a situação se torna ainda mais arriscada, não valendo a pena para aqueles que não possuem tempo disponível para analisar o mercado e aguardar bons momentos.
Sem muito cuidado, pode-se acabar até assumindo um prejuízo para o futuro.
Em suma, deve-se tomar risco apenas naquilo que se possui maior aptidão. Para outras formas de rendimento, deve-se buscar as com risco reduzido e retorno favorável. E a poupança perde em rentabilidade para outras aplicações de risco também relativamente baixo: Tesouro Direto, CDBs e letras de crédito.
O baixo risco de tais modalidades está relacionado com a baixa possibilidade de não pagamento: no Tesouro Direto, o rendimento só não virá se o governo quebrar, enquanto para CDBs e LCs o retorno não ocorrerá apenas se a instituição financeira na qual o recurso está aplicado falir.
Para CDBs e LCs vale o fundo garantidor de crédito, que assegura os depósitos caso a instituição quebre, no limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição.
Em termos de rentabilidade, o Tesouro Direto remunera de 5,7% a 6,1% somados à variação do IPCA. Já CDBs e letras de crédito possuem rentabilidade atrelada ao CDI, que, dependendo do valor, ultrapassa 100% no CDB e 90% nas LCs. Essas modalidades, mesmo após custos e impostos, proporcionam retorno bem maior que a poupança.
Para reduzir mais o risco, pode-se diversificar os investimentos e colocar partes maiores dos R$ 60 mil em ferramentas financeiras que se enquadram a seu perfil.
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