Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Metade das empresas brasileiras estão inadimplentes
Não são só as pessoas que estão tendo dificuldade em honrar os pagamentos no Brasil. O mar não está para peixes também para as empresas. O país tem mais de 3,5 milhões de empresas inadimplentes, segundo a Serasa Experian.
O número de empresas inadimplentes, ainda de acordo com a Serasa, equivale à cerca de metade das 7 milhões de empresas operacionais no país –que pesquisou a situação cadastral de um cliente ou teve o seu CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) consultado no último ano.
Já para economistas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), a culpa é da inflação elevada, do encarecimento do crédito e do baixo índice de confiança do consumidor, os fatores que têm pesado na saúde financeira das empresas, pois, se por um lado, o enfraquecimento da atividade econômica prejudica a geração e caixa das empresas, por outro, o encarecimento do custo do crédito aumenta as suas despesas financeiras.
De acordo com o indicador mensal calculado pelo SPC, a quantidade de companhias com contas em atraso aumentou 6,23% no mês de outubro, em relação ao mesmo período do ano passado. De setembro para outubro, o número de empresas inadimplentes aumentou 0,90% - maior variação dos últimos seis meses.
Para o SPC Brasil, o aumento da quantidade de empresas devedoras registrado em outubro acabou por compensar a queda registrada na passagem de agosto para setembro, quando a quantidade de companhias negativadas havia mostrado uma redução de 0,51%.
Essa variação acompanhou o movimento dos índices de pessoas físicas inadimplentes, que também cresceu 1,26% em outubro, após recuar 1,14% em setembro.
O Sudeste foi a única região em que a alta da taxa de empresas negativadas (6,64%) superou a alta média do país (+6,23%). Já a região Sul apresentou a menor variação anual do número de empresas inadimplentes (+2,66%), seguida pela região Norte (+3,21%) e Centro-Oeste (+3,77%).
O Norte e o Nordeste (+5,78%) registraram a menor alta anual de toda a série histórica, enquanto que o Centro-Oeste (+3,77%) apresentou sua segunda menor variação.
De acordo com a Serasa, os principais responsáveis pela alta do indicador em outubro foram os cheques devolvidos, com variação de 22,9%. Os títulos protestados tiveram crescimento de 3,3%, a inadimplência com os bancos também teve alta de 1,4%. Já as dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água) caíram 0,1%.
As bases de dados da Serasa e da SPC são nacionais, e os índices são medidos mensalmente. Para o Banco Central, o prazo varia de 15 a 90 dias de atraso do pagamento de obrigações financeiras para que o devedor seja considerado inadimplente.
Post em parceria com Rita de Sousa
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade