Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
A dor de cabeça dos cheques sem fundos
O uso de cheques como forma de pagamento vem há muitos anos perdendo seu espaço para o cartão de crédito e de débito. Isso ocorre tanto do ponto de vista do consumidor, que em sua maioria prefere a comodidade e segurança do pagamento eletrônico, quanto do comerciante, sendo que, nesse caso, acrescido da maior confiabilidade da confirmação de pagamento.
Novos números apresentados no último dia 21 de janeiro pela empresa de informações financeiras Serasa Experian mostram que o percentual de cheques devolvidos por falta de fundos voltou a subir em 2014. No ano passado, segundo a pesquisa, foram devolvidos 15 milhões de cheques em todo país, equivalendo a 2,04% do total de cheques compensados.
Esses números representam o maior patamar de devolução de cheques sem fundos desde 2009, quando o país estava sob os reflexos da crise financeira internacional.
Para quem vai receber um cheque é sempre importante lembrar algumas dicas essenciais:
- Confira sempre o RG, o CPF e a assinatura que estão no cheque com os dados que constam em outros documentos e no cartão do banco;
- Consulte uma das centrais de proteção aos cheques: Serasa, SCPC ou outra de sua preferência;
- Verifique se a foto no documento de quem emite o cheque é legítima ou se tem sinal de adulteração;
- Tenha cuidado ao receber cheques previamente preenchidos e assinados;
- Se o cheque estiver envelhecido ou desgastado desconfie, pois pode ser de conta inativa ou encerrada;
- Não aceite cheques rasurados. Eles podem ser devolvidos pelos bancos;
- Em caso de desconfiança, solicite ao emitente que assine também no verso do cheque e compare as assinaturas.
A justificativa para esse crescimento da inadimplência, segundo os economistas da Serasa Experian, deve-se principalmente à escalada da inflação e das taxas de juros no ano passado, somada à estagnação da atividade econômica.
Um dado interessante quando observamos as estatísticas por Estado é que São Paulo teve o menor percentual, ficando em 1,2% das devoluções. Já Roraima liderou o ranking, com 11,14% de devoluções. Aparecem também com números altos no estudo Amapá (10,69%), Sergipe (10,11%), Piauí (9,65%) e Maranhão (8,76%).
Importante sabermos:
- Os bancos não se responsabilizam pelo pagamento de cheques perdidos, extraviados, falsos ou falsificados;
- Cheque é uma ordem de pagamento à vista. Ao emiti-lo, lembre-se de que ele poderá ser descontado imediatamente. Cheque pré-datado é uma relação de confiança e informal sua com o credor;
- Em caso de roubo ou extravio de cheques, comunique imediatamente a sua agência bancária e faça um boletim de ocorrência;
- Ao sustar o cheque, você não estará livre da obrigação de pagamento, nem de ser protestado pelo fornecedor de produtos e serviços.
Post em parceria com Adriana Matiuzo
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