Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Tempos de Inflação
Segundo o relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional), o ano de 2015 será de freio para os emergentes e de avanço para os desenvolvidos. Em 2014, os países desenvolvidos cresceram 1,8% e devem crescer até 2,4% neste ano. Já os emergentes cresceram no ano passado 4,6% e a projeção é 4,3% em 2015.
A última informação trazida pelo FMI no World Economic Outlook foi a de que o Brasil é um dos grandes responsáveis pela retração dos emergentes no ano, já que terá retração de 1%. Além disso, o FMI apontou que a inflação esperada para o ano é de 7,8% no Brasil.
Atualmente, a taxa básica da economia, a Selic, está em 13,25%. A inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), se encontra em 7,9% – temos uma taxa real (acima da inflação) de 4,96%.
A variação de preços ocorre naturalmente pelo mercado, por isso, o governo tem a difícil missão de controlar a inflação - ele não pode simplesmente "abaixar" a inflação de maneira direta.
Um dos instrumentos mais convencionais é por meio do aumento da Selic. Como se dá esse processo?
Com o aumento da taxa nominal, a inflação instantaneamente permanece inalterada. A taxa de juros real também sobe. Isso terá dois grandes efeitos: sobre o consumo e sobre o crédito.
Quando temos uma inflação causada pelo aumento da demanda, uma taxa de juros maior faz com que muitos prefiram poupar a gastar, diminuindo assim a procura pelos produtos e serviços e baixando os preços.
Com a taxa mais alta, o crédito fica mais caro e reduz as compras a prazo e, por conseguinte, o consumo, forçando os preços para baixo.
A variação da inflação é um fator crucial para o rendimento dos investimentos.
A Selic está alta e deve ainda subir mais 0,25 ponto percentual neste ano. Com isso, investimentos atrelados à taxa básica de juros se mostram interessantes no curto prazo.
Para prazos mais longos, uma opção interessante é optar por títulos públicos com uma parcela prefixada e outra pós-fixada atrelada a inflação. É o caso do títulos Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ Juros semestrais (antigas NTN-B).
Os investidores devem pensar sempre na taxa real de juros, pois é o que afeta o poder de compra - taxa Selic maior não significa necessariamente um ganho real.
Post em parceria com João Pedro Freire Martins de Lima, graduando em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas e com Hermes Sampaio, graduando em economia pela Fundação Getúlio Vargas, ambos consultores pela Consultoria Junior de Economia
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