Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Mundo Econômico
PANORAMA MUNDO
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários sofreram quedas na última semana devido ao receio dos analistas de que o Federal Reserve (banco central americano) aumente a taxa de juros nas próximas semanas, diminuindo o valor de títulos de empresas privadas. Os índices S&P 500 e Dow Jones cederam 0,15% e 0,31%, respectivamente, enquanto o Nasdaq subiu 0,11%.
Segundo dados do governo americano, o número de vagas de trabalho nos Estados Unidos aumentou bastante no último mês, dando sinais de que o baixo crescimento da economia americana no primeiro trimestre foi apenas algo passageiro. Mesmo assim, ainda há expectativa de que o crescimento americano no segundo trimestre seja levemente abaixo da meta do Fed.
As principais Bolsas europeias fecharam em baixa na última semana, já que o governo grego atrasou o pagamento de uma das parcelas da dívida externa, diminuindo assim, a expectativa dos analistas para o mercado europeu. O índice acionário geral do continente, Stoxx Europe 600, caiu 2,7% na semana passada, enquanto o índice alemão DAX 30 e o francês CAC 40 recuaram 1,9% e 1,74%, respectivamente.
O índice grego Athex teve a maior queda individual entre os índices europeus, caindo 5% na última semana. No entanto, os analistas preveem que esse momento de baixa seja revertido nesta semana, já que o governo grego está mostrando interesse em resolver o pagamento de sua dívida.
Entre as empresas europeias, o grande destaque é a fabricante de bebidas inglesa Diageo, que subiu 7% na última semana após especulações que a empresa receberia uma proposta de compra do grupo de investimentos 3G, liderado pelo brasileiro Jorge Paulo Lemann.
A união europeia segue um árduo caminho de recuperação econômica desde a crise de 2008 e dá sinais de que não voltará ao auge econômico tão cedo: o último relatório sobre desenvolvimento industrial na Europa mostra que a região está em um ritmo estável de crescimento industrial. Além disso, houve uma leve diminuição do desemprego na Europa, de 12,11% em abril para 12,10% em maio.
Já no mercado asiático, o índice composto de Xangai se destacou devido ao alto volume de compra e venda de ações e foi o único que subiu dentre os índices da região, com avanço de 1,54% na semana passada. O índice japonês Nikkei apresentou queda de 0,13% no período, após o governo japonês enfraquecer o valor do Iene para controlar o problema da deflação no país.
De acordo com dados liberados pelo governo chinês na última sexta-feira (5), o índice de importações chinesas caiu pelo sétimo mês seguido em maio, enquanto o índice de exportações também teve queda mensal. Estes dados mostram que, mesmo com pacotes de estímulos ao crescimento feitos pelo governo chinês, a economia local ameaça entrar em um período de estagnação nunca antes visto no país.
Nessa semana serão divulgados novos dados sobre a produção industrial mensal chinesa, além da produção industrial britânica e informações sobre as vendas de varejo nos Estados Unidos.
PANORAMA BRASIL
A BM&F Bovespa caiu 1,03% na última sexta-feira, mas acumulou alta de 0,40% na semana, devido principalmente ao aumento de vagas de emprego nos Estados Unidos. O mercado esteve fechado por um dia, na quinta-feira (4), devido ao feriado de Corpus Christi.
O destaque positivo entre as empresas foi a TIM, cujos papéis atingiram alta de 3,98% na quarta-feira (3). É esperado que o mercado de títulos de renda variável continue em baixa no Brasil, após o Banco Central aumentar novamente a rentabilidade de títulos públicos através da elevação da Selic (taxa básica de juros) para 13,75% ao ano.
O dólar voltou a sofrer valorização frente ao real, após a divulgação do aumento das vagas de emprego nos Estados Unidos ampliar a expectativa de crescimento econômico no país. Com isso, o dólar atingiu R$ 3,158 na última sexta-feira.
O relatório Focus do Banco Central mostrou novo aumento na expectativa da inflação brasileira. Foi a oitava alta seguida na projeção das instituições consultadas pelo BC sobre o nível de preços no país em 2015.
O novo estudo indica o valor esperado da inflação em 8,46%, em vez de 8,39% como indicado anteriormente. Além disso, mostra que o PIB brasileiro cairá 1,3% no ano, frente ao recuo de 1,27% projetado no relatório anterior.
O grande destaque positivo da economia brasileira em 2015 foi o setor agropecuário que apresentou um crescimento acentuado de 4,7% no primeiro trimestre do ano. De acordo com especialistas, esse crescimento ocorreu devido a um grande aumento no investimento em biotecnologia por parte dos proprietários de terra, permitindo um grande aumento na produtividade.
Nessa semana ocorrerá a divulgação do índice de preços ao consumidor referente ao mês de maio.
Post em parceria com Guilherme Sharovsky, graduando em Economia pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia (CJE-FGV)
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